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Polícia usa gás lacrimogêneo contra manifestantes durante greve geral em Hong Kong

Manifestantes tentam se livrar de gás lacrimogêneo disparado pela polícia no distrito de Tai Po durante uma greve geral em Hong Kong - Philip Fong/AFP
Manifestantes tentam se livrar de gás lacrimogêneo disparado pela polícia no distrito de Tai Po durante uma greve geral em Hong Kong Imagem: Philip Fong/AFP

Por Donny Kwok e Clare Jim

Em Hong Kong

05/08/2019 08h24

A polícia de Hong Kong disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes hoje, quando uma greve geral voltou a mergulhar o polo financeiro asiático no caos, paralisando os transportes e provocando um impasse inédito na cidade durante a maior parte da manhã.

À medida que alguns serviços de trem e ônibus eram retomados, dezenas de milhares de manifestantes se espalharam por vários distritos, onde os protestos voltaram a degenerar em confrontos recorrentes com os batalhões de choque.

Falando à mídia pela primeira vez em uma quinzena, a líder Carrie Lam, que tem apoio de Pequim, voltou a alertar que os protestos estão colocando a cidade à beira de uma "situação extremamente perigosa" e que representam um desafio à soberania de China.

Carrie manteve o tom desafiador ao rejeitar as exigências dos manifestantes para que renuncie, dizendo que o governo será determinado na manutenção da lei e da ordem.

Ela alertou que os protestos estão levando a ex-colônia britânica a um caminho sem volta e que prejudicaram sua economia.

"Eles afirmam que querem uma revolução e restaurar Hong Kong. Estas ações excederam muito suas exigências políticas originais", disse a líder, com expressão severa, flanqueada por autoridades de alto escalão de seu governo.

"Estes atos ilegais que desafiam a soberania de nosso país, e ameaçam 'um país, dois sistemas', destruirão a estabilidade e a prosperidade de Hong Kong", disse, referindo-se ao sistema administrativo do território desde 1997, quando foi devolvido à China.

Carrie alertou que os protestos estão colocando "a cidade que todos nós amamos e muitos de nós ajudamos a construir à beira de uma situação muito perigosa".

Os protestos representam o maior desafio político ao governo de Hong Kong desde que este foi devolvido ao controle de Pequim e o maior desafio popular ao líder chinês, Xi Jinping, desde que este assumiu o poder, em 2012.

Mas alguns manifestantes acusaram Carrie de voltar a atiçar a crise ignorando o sentimento do público, e prometeram continuar o movimento.

Foi uma "perda de tempo total" ouvi-la falar, disse Jay Leung, universitário de 20 anos.

Horas depois dos comentários, manifestantes atiraram guarda-chuvas e outros itens contra a polícia no distrito residencial de Wong Tai Sin, onde policiais reagiram com spray de pimenta. A polícia também usou gás lacrimogêneo no distrito de Tin Shui Wai quando a tensão veio à tona.

Manifestantes voltam a protestar em Hong Kong

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