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Bolsonaro diz que, se tiver brecha, vai vetar fundo eleitoral de R$ 2 bi

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) Imagem: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

Lisandra Paraguassu

Em Brasília

19/12/2019 10h50

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que sua tendência é vetar o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões, aprovado pelo Congresso, se houver condições legais para isso.

"Se houver brecha para vetar, eu vou fazer isso. Não acho justo dinheiro para campanha", disse ao sair do Alvorada.

O valor de R$ 2 bilhões foi o enviado pelo próprio governo no Orçamento da União. Os parlamentares chegaram a tentar elevar o valor ainda mais, para R$ 3,7 bilhões, mas desistiram pela indicação de um veto do presidente.

Ao ser lembrado que o valor foi definido pelo próprio governo, Bolsonaro diz que é obrigado pela lei a prover o fundo.

No entanto, com a pressão nas redes sociais contra os recursos para campanha, o presidente passou a falar em vetar totalmente o repasse ao fundo.

"Dá 2 bilhões ao ministro Tarcísio (Freitas, da infraestrutura) e vê o que ele faz", disse, acrescentando que falta dinheiro em todas as áreas.

Ontem, ao conversar com apoiadores na frente do Alvorada, Bolsonaro já havia dito que poderia vetar o fundo e criticou o fato de que PT, seu maior rival, e o PSL — partido que o elegeu, mas com quem entrou em guerra — poderem receber cada um R$ 200 milhões por terem as maiores bancadas.

Bolsonaro tenta criar um novo partido, o Aliança pelo Brasil, e seus advogados estudam a possibilidade de tentar buscar na Justiça que parte dos recursos eleitorais destinados ao PSL migrem para o Aliança junto com parlamentares. Isso caso consiga criar a sigla até abril, a tempo de disputar as eleições do ano que vem.

Ontem, Bolsonaro admitiu a apoiadores que a coleta de assinaturas para a criação do novo partido possivelmente terá que ser feita da forma tradicional, manualmente.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se manifestou favorável à coleta de assinaturas digitais, mas destacou que a Justiça Eleitoral não tem condições financeiras e tecnológicas de implementar isso no curto prazo.

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