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Aliados de Trump delineiam plano para limitar danos do julgamento de impeachment

Presidente dos EUA, Donald Trump, durante comício em Battle Creek, no Michigan - LEAH MILLIS
Presidente dos EUA, Donald Trump, durante comício em Battle Creek, no Michigan Imagem: LEAH MILLIS

17/01/2020 15h44

Por Steve Holland

WASHINGTON (Reuters) — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seus aliados republicanos planejam iniciar um grande esforço para limitar os danos às suas chances de reeleição agora que o julgamento de impeachment realizado pelo Senado para determinar se o afasta ou não do cargo está prestes a começar a pleno vapor na semana que vem.

Após um debate interno na Casa Branca para decidir se deveria deixar o país durante o julgamento, Trump planeja por ora comparecer ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, na semana que vem para alardear a força da economia norte-americana, um grande tema de sua campanha visando a reeleição em novembro.

A Câmara dos Deputados controlada pelos democratas acusou Trump de abuso do cargo por pressionar a Ucrânia a investigar um político rival, o ex-vice-presidente Joe Biden, e de obstruir a investigação do Congresso sobre sua conduta.

Trump nega irregularidades e acusa os democratas de um esforço partidário para anular sua vitória eleitoral de 2016.

O julgamento no Senado sob comando republicano dificilmente levará ao afastamento de Trump, já que nenhum senador de seu partido expressou apoio à ideia — mas os democratas terão um espaço inédito na televisão nacional, durante um período de semanas, para argumentar ao povo norte-americano que ele é indigno da função e não deveria ser reeleito.

Conscientes disso, pessoas do entorno de Trump delinearam planos para apresentar uma narrativa diferente sobre um presidente responsável por uma economia forte que é uma vítima inocente do empenho de seus oponentes políticos para minar sua presidência.

Uma aparição em Davos pode proporcionar uma visão poderosa de um presidente devotado ao trabalho em meio ao tumulto ao seu redor. Alguns conselheiros se pronunciaram contra a viagem, sentindo que a participação de Trump é desnecessária, disse uma fonte a par das deliberações internas.

Mas "lhe permite estar na arena mundial fazendo um discurso importante sobre a economia em crescimento que ele ajudou a criar com suas políticas enquanto os democratas continuam forçando esse impeachment fajuto", disse uma autoridade da Casa Branca.

Em casa, os amigos e aliados de Trump, o Comitê Nacional Republicano, sua campanha de reeleição e outras organizações pró-Trump entrarão em clima de batalha.

"Usaremos todo recurso disponível à campanha para responsabilizar os democratas por seu impeachment puramente partidário", disse a porta-voz de campanha de Trump, Erin Perrine.