Conselho do MPF discutirá prorrogação da Lava Jato de Curitiba após saída de Dallagnol
O CSMPF (Conselho Superior do Ministério Público Federal) discutirá a prorrogação da força-tarefa de procuradores da operação Lava Jato de Curitiba em uma sessão extraordinária, após o anúncio de hoje de que Deltan Dallagnol vai deixar a coordenação do grupo.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, tem até o dia 10 de setembro para decidir se prorroga a força-tarefa de Curitiba por mais um ano. O grupo foi criado em 2014 e levou adiante importantes investigações no país, mas recentemente tem sido alvo de críticas.
Ao final da reunião do conselho desta manhã, Aras disse que iria convocar uma sessão extra para discutir pautas pendentes e uma conselheira citou nominalmente a prorrogação da Lava Jato de Curitiba como uma das pendências. Não há data para que o encontro extraordinário ocorra.
O procurador-geral pode decidir sozinho sobre a prorrogação da força-tarefa, mas uma eventual discussão no conselho do assunto indica ele que pode querer dividir a decisão com demais colegas.
Atualmente, a força-tarefa é composta por 14 procuradores em Curitiba que atuam com dedicação exclusiva e 45 servidores auxiliares. Se for autorizada a prorrogação, o grupo vai continuar trabalhando até setembro de 2021.
Dallagnol, que tem sido criticado pela sua ação na força- tarefa e foi alvo de várias representações no Conselho Nacional do Ministério Público, será substituído por Alessandro José Fernandes de Oliveira, outro procurador do MPF no Paraná.
De acordo com o MPF, Oliveira, que no momento está cedido a Procuradoria Geral da República para atuar no grupo de trabalho da Lava Jato na PGR em Brasília, foi o procurador mais antigo a demonstrar interesse no posto e voltará a Curitiba para assumir a coordenação da força-tarefa da Lava Jato na capital paranaense.
Dallagnol assumirá o posto original de Oliveira, o 16º ofício do MPF no Paraná.
A troca seguiu um procedimento normal no MPF, não havendo qualquer tipo de indicação. "Há um regramento de antiguidade que tem que ser cumprido", disse o órgão.
Questões pessoais
Dallagnol explicou, em vídeo publicado em suas redes sociais, que tomou a decisão de deixar a força-tarefa para se dedicar à saúde da filha de 1 ano e 10 meses. Segundo ele, há algumas semanas ele e a esposa verificaram sinais de regressão do desenvolvimento da bebê, por razões que ainda estão sendo diagnosticadas, e que nesse momento precisa se dedicar ao tratamento da menina.
"Essa é uma decisão muito difícil, mas estou muito seguro que essa é a decisão certa e que eu quero tomar como pai", disse.
No vídeo, Dallagnol pede que a população continue com o apoio à força-tarefa e adverte para riscos que o grupo corre por "decisões tomadas em Brasília".
"A operação vai continuar seu trabalho, mas decisões que estão sendo tomadas e serão tomadas em Brasília irão afetar seu trabalho. A força-tarefa tem muito o que fazer e precisa do seu suporte", disse o procurador.
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