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Mourão diz que não há como obrigar vacinação: 'Só se vivêssemos numa ditadura'

Vice-presidente Hamilton Mourão do lado de fora do Palãcio do Planalto -
Vice-presidente Hamilton Mourão do lado de fora do Palãcio do Planalto

Ricardo Brito

Em Brasília

03/09/2020 20h05

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou hoje que não há como obrigar as pessoas a se vacinar, em linha com declaração dada pelo presidente Jair Bolsonaro esta semana, ao ser abordado por uma apoiadora que lhe pediu que o governo federal proíba a imunização contra covid-19.

"Não há como o governo — a não ser que nós vivêssemos numa ditadura — obrigar todos a se vacinar", disse Mourão em entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco.

Mourão disse que ele e Bolsonaro consideram ser uma obrigação tomar a vacina, mas ressalvou que há pessoas que, por consciência, não querem tomar o imunizante contra a doença causada pelo novo coronavírus.

Na segunda-feira (31), Bolsonaro afirmou que "ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina", em resposta a uma apoiadora que lhe pediu para não permitir "esse negócio de vacina", afirmando ser perigoso, de acordo com vídeo publicado nas redes sociais.

Após a declaração do presidente, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência divulgou em suas redes sociais uma peça publicitária com a frase de Bolsonaro, alegando uma defesa das "liberdades dos brasileiros".

A aplicação de vacinas é obrigatória em crianças desde a criação do Programa Nacional de Imunizações, na década de 1990. No caso dos adultos, não são obrigatórias — embora sejam poucas voltadas especificamente para esse público.

No entanto, há países que impedem a entrada de brasileiros que não forem imunizados contra a febre amarela, por exemplo, e o país assinou compromissos internacionais, como o da erradicação do sarampo, que obrigam a imunização.

O Brasil deve ter acesso no início do próximo ano às primeiras vacinas contra covid-19. Na entrevista, Mourão disse que a vacinação vai começar pelos grupos de maior risco e será feita em massa.