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'Sinal amarelo' de Lira demonstra insatisfação do Congresso com governo, diz Pacheco

Jair Bolsonaro e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado - Mateus Bonomi/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo
Jair Bolsonaro e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Imagem: Mateus Bonomi/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

Maria Carolina Marcello

25/03/2021 18h23

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou nesta quinta-feira que o pronunciamento na véspera do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em que fala em acender um "sinal amarelo" e menciona remédios amargos, sinalizam a insatisfação do Congresso com o governo federal.

Pacheco defendeu que o governo assuma a postura de atuar pela pacificação. Para ele, a fala de Lira na quarta-feira pode ajudar a encontrar uma saída para a crise.

"É uma demonstração de insatisfação porque de nossa parte no Congresso Nacional, tanto Câmara quanto Senado, nós estamos buscando de todas as formas ter um ambiente de consenso, de pacificação, de busca de soluções, e isso precisa também, do outro lado, por parte do governo federal, ter essa mesma postura e essa mesma vontade", disse o presidente do Senado a jornalistas.

"A manifestação do deputado Arthur Lira é uma manifestação legítima de alguém que preside uma Casa que é a Casa do povo", acrescentou.

"Mas isso obviamente que é uma manifestação que será capaz de significar uma possibilidade de solução desse problema que eu quero crer que seja um anseio também do presidente da República, de consertamos alguns pontos para poder termos de fato uma união nacional no enfrentamento dessa crise", avaliou.

Na quarta-feira, Lira alertou que estava apertando um sinal amarelo, propondo um freio nas votações na Câmara para se dedicar por duas semanas a temas ligados à pandemia, quando o Brasil enfrente o pior momento da Covid-19, com seguidos recordes de mortes pela doença e novos casos.

O presidente da Câmara pediu união e ponderou não ser justo "descarregar toda a culpa" no governo ou no presidente, mas alertou que "os remédios políticos no Parlamento são conhecidos e são todos amargos", "alguns, fatais", no que pode ser encarado como uma referência indireta a um processo de impeachment.