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Al Qaeda não está no Afeganistão, diz porta-voz do Taliban

20.ago.2021 - Fuzileiros navais dos EUA e civis durante uma evacuação no Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul, Afeganistão - AFP/Nicholas Guevara/US Marine Corps
20.ago.2021 - Fuzileiros navais dos EUA e civis durante uma evacuação no Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul, Afeganistão Imagem: AFP/Nicholas Guevara/US Marine Corps

22/08/2021 15h02

O porta-voz do gabinete político do Taliban, Mohammed Naeem, disse em uma entrevista à TV saudita Al Hadath que a Al Qaeda não está presente no Afeganistão e que o movimento não tem nenhuma relação com o grupo terrorista.

Ele acrescentou que conversas estão em andamento com os Estados Unidos e outros países sobre a situação no Afeganistão, depois que o movimento islâmico tomou o poder em Cabul há uma semana.

Fuga

Já o Departamento de Defesa dos Estados Unidos ordenou que seis companhias aéreas forneçam aviões de passageiros para a operação de evacuação em Cabul, capital do Afeganistão.

Segundo o Pentágono, as empresas de aviação civil terão de emprestar 18 aeronaves, sendo quatro da United Airlines, três da American Airlines, Atlas Air, Delta Air Lines e Omni Air e duas da Hawaiian Airlines.

Os aviões serão usados para transportar os americanos e aliados afegãos que chegam de Cabul em bases militares no Bahrein, no Catar e nos Emirados Árabes Unidos.

Dessa forma, as aeronaves civis não precisarão voar até o Afeganistão, que já registrou cenas dramáticas durante a evacuação, inclusive dois homens caindo de um avião militar dos EUA após a decolagem.

Depois da chegada no Oriente Médio, os evacuados são transportados para bases americanas na Europa e, por fim, até os Estados Unidos.

Segundo o New York Times, é apenas a terceira vez que o Pentágono ativa o dispositivo que obriga as companhias de aviação civil a fornecerem aviões ao governo. As duas primeiras foram nas guerras do Golfo (1990-1991) e do Iraque (2002-2003).

Mortes - Um funcionário da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse à agência Reuters que pelo menos 20 pessoas morreram no aeroporto de Cabul e em seus arredores desde 15 de agosto, quando o Talibã tomou a capital do Afeganistão.

O aeroporto está sob controle das tropas dos EUA, mas o grupo fundamentalista islâmico comanda todas as vias de acesso ao local. Um dirigente do Talibã, Amir Khan Muttaqi, culpou os Estados Unidos pelo caos.

"A América, com toda a sua potência, não conseguiu levar ordem ao aeroporto. Todo o país está em calma, o caos está apenas no aeroporto", disse o extremista. No restante do Afeganistão, no entanto, já há diversos relatos de repressão do Talibã contra manifestantes e de buscas contra ex-colaboradores das forças de ocupação.