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Populismo, autoritarismo e extremismo ameaçam democracia, diz Barroso

Barroso, que na semana passada fez um discurso duro em resposta aos ataques de Bolsonaro, voltou a apontar ameaças à democracia - Carlos Moura/SCO/STF
Barroso, que na semana passada fez um discurso duro em resposta aos ataques de Bolsonaro, voltou a apontar ameaças à democracia Imagem: Carlos Moura/SCO/STF

Eduardo Simões

15/09/2021 12h35Atualizada em 15/09/2021 12h37

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, disse hoje que o populismo, o extremismo e o autoritarismo colocam atualmente a democracia sob ataque no mundo e que é necessária a participação de toda a população para preservá-la.

Em vídeo divulgado nas redes sociais para marcar o Dia da Democracia, Barroso disse que este sistema é o melhor, mas não o mais fácil.

"A democracia constitucional foi a ideologia vitoriosa do século 20, tendo derrotado todos os projetos alternativos que se apresentaram, o comunismo, o fascismo, o nazismo, os regimes militares e os fundamentalismos religiosos", disse o presidente do TSE, que também é ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

"A democracia é considerada universalmente o melhor regime de governo. O melhor, mas não necessariamente o mais fácil, porque a democracia envolve pluralismo e a diversidade de visões de mundo e, consequentemente, respeito às opiniões contrárias", acrescentou.

Barroso, que na semana passada fez um discurso duro em resposta aos ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no 7 de Setembro, voltou a apontar ameaças à democracia e a defender a necessidade de todos os cidadãos atuarem na sua preservação.

"No mundo de hoje ela se encontra sob ataque, em razão de disfunções como o populismo, o extremismo e o autoritarismo. Sua preservação depende de instituições fortes, sociedade civil mobilizada, imprensa livre. A democracia depende de cada um de nós. Seja parte dessa história", afirmou.

O presidente do TSE tem sido alvo de ataques constantes de Bolsonaro, que alega sem apresentar provas que o sistema eletrônico de votação é passível de fraudes que, segundo ele, ocorreram inclusive na eleição de 2018, quando foi eleito. O presidente alega, sem qualquer fundamento, que deveria ter vencido o pleito no primeiro turno.

Mais cedo, a entidade de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, afirmou em relatório também para marcar o Dia da Democracia, que Bolsonaro ameaça os pilares da democracia brasileira com seus constantes ataques ao STF e suas ameaças de ruptura institucional e de não realização de eleições no ano que vem.