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Visando conter crise migratória, Turquia barra embarques em voos a Belarus

Milhares de migrantes estão acampados na fronteira de Belarus com a Polônia, nas portas da UE - Ramil Nasibulin/Belta/AFP
Milhares de migrantes estão acampados na fronteira de Belarus com a Polônia, nas portas da UE Imagem: Ramil Nasibulin/Belta/AFP

Pawel Florkiewicz e Tuvan Gumrukcu

Em Ancara (Turquia) e Varsóvia (Polônia) *

12/11/2021 12h28Atualizada em 12/11/2021 13h06

Hoje, a Turquia barrou sírios, iraquianos e iemenitas em voos para Minsk, possivelmente interditando uma das rotas usadas por imigrantes que a UE (União Europeia) diz terem sido enviados por Belarus para criar uma crise humanitária deliberada na fronteira.

Milhares de imigrantes, a maioria do Oriente Médio, estão se abrigando sob temperaturas congelantes nas florestas das fronteiras entre Belarus e Polônia e Lituânia, as duas últimas integrantes da UE, que estão se recusando a lhes dar passagem.

Alguns já morreram, e há temores a respeito da segurança dos restantes agora que as condições duras do inverno se instauram.

A UE acusa Belarus de criar a crise como parte de um "ataque híbrido" ao bloco, distribuindo vistos belarrussos no Oriente Médio, transportando os imigrantes de avião e incentivando-os a tentarem cruzar a divisa ilegalmente.

A UE pode impor novas sanções a Belarus e a empresas aéreas que culpa por transportar os imigrantes já a partir da próxima segunda-feira (8).

Belarus nega ter forjado a crise, mas também diz que tampouco pode ajudar a resolvê-la, a menos que a Europa suspenda sanções prévias, que a UE adotou para punir o presidente Alexander Lukashenko por uma repressão violenta a protestos de rua em massa contra seu governo em 2020.

A Turquia nega desempenhar um papel direto, permitindo que seu território seja usado para trasladar imigrantes, mas o site do aeroporto de Minsk listava seis voos chegando de Istambul hoje — a maior quantidade de qualquer cidade de fora da antiga União Soviética.

* Com colaboração de Anna Wlodarczak-Semczuk, em Varsóvia, e de Dmitry Antonov e Andrew Osborn, em Moscou (Rússia)