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Escolas ucranianas lutam contra ameaças falsas de bombas em meio à tensão com a Rússia

Agentes de segurança da Ucrânia organizaram o treinamento após uma série de ameaças falsas de bomba forçarem a desocupação de escolas da capital Kiev, e em outras cidades - REUTERS/Valentyn Ogirenko
Agentes de segurança da Ucrânia organizaram o treinamento após uma série de ameaças falsas de bomba forçarem a desocupação de escolas da capital Kiev, e em outras cidades Imagem: REUTERS/Valentyn Ogirenko

Gabriela Baczynska

27/01/2022 15h50

"Quantos explosivos você acha que consegue colocar nessa?", perguntou um especialista em desarme de bombas ucraniano, mostrando uma coruja azul e amarela diante de alunos perplexos que participavam de simulações de emergência em sua escola em Kiev nesta quinta-feira.

Agentes de segurança organizaram o treinamento após uma série de ameaças falsas de bomba forçarem a desocupação de escolas da capital Kiev, e em outras cidades.

Kiev culpa a Rússia pelos falsos avisos, e acusa o país vizinho de já travar uma guerra híbrida contra seu ex-satélite soviético, enquanto ameaça uma invasão completa do país, acumulando mais de 100 mil soldados na fronteira ucraniana.

"O propósito dos serviços especiais russos é óbvio —colocar pressão adicional na Ucrânia, semear a ansiedade e o pânico entre a população", disse o Serviço de Segurança da Ucrânia, acrescentando que registrou mais de 300 ameaças de bombas até agora neste ano, em comparação com 1.100 ao longo do ano de 2021 inteiro.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, não respondeu a um pedido por comentários.

Autoridades russas culpam a Ucrânia por uma série semelhante de ameaças de bomba que forçaram a retirada de milhares de pessoas de escolas, shopping centers e jardins de infância russos. Após uma pausa, os avisos falsos na Rússia foram retomados conforme as tensões entre Moscou e Kiev aumentam.

Em 2014, Moscou anexou a Crimeia da Ucrânia e apoiou rebeldes que combatem tropas governamentais no leste daquele país, um conflito não resolvido que já fez pelo menos 15 mil vítimas fatais até hoje.