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EUA acusam Coreia do Norte de testar sistema de mísseis balísticos

Ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un - Korean Central News Agency via Reuters
Ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un Imagem: Korean Central News Agency via Reuters

Josh Smith e David Brunnstrom

Reuters, Seul e Washington

11/03/2022 10h46

A Coreia do Norte usou o que seria seu maior sistema de mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) em dois lançamentos recentes e parece estar restaurando alguns túneis em seu local de testes nuclear, disseram autoridades dos Estados Unidos e da Coreia do Sul nesta sexta-feira.

Os relatos são os mais recentes a indicarem que o país poderá em breve cumprir as ameaças de retomar os testes de ICBMs de longo alcance ou de armas nucleares pela primeira vez desde 2017.

A escalada nas tensões com a Coreia do Norte ocorre após a Coreia do Sul eleger na quarta-feira um novo presidente conservador.

Yoon Suk-yeol disse que ataques preventivos podem ser necessários para combater qualquer ataque iminente da Coreia do Norte e prometeu comprar interceptadores de mísseis THAAD dos EUA, permanecendo aberto a reiniciar as negociações de desnuclearização paralisadas.

As Coreias estão tecnicamente em guerra porque o conflito de entre 1950 e 1953 terminou em um armistício, não em um tratado de paz.

Militares sul-coreanos disseram nesta sexta-feira que detectaram atividades não especificadas para restaurar alguns túneis em Punngye-ri, o único local de teste nuclear conhecido da Coreia do Norte, que foi demolido com explosivos quando foi fechado em 2018.

No que Washington chamou de "grave escalada exigindo uma resposta global unida", a Coreia do Norte usou um enorme novo sistema ICBM em lançamentos em 27 de fevereiro e 5 de março, de acordo com autoridades norte-americanas e sul-coreanas. Seul emitiu uma forte condenação e pediu que Pyongyang interrompa imediatamente as ações que aumentam a tensão.

"O objetivo desses testes, que não demonstraram o alcance do ICBM, era avaliar esse novo sistema antes de realizar um teste de alcance total no futuro, potencialmente disfarçado como um lançamento espacial", disse o porta-voz do Pentágono John Kirby em comunicado.