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ONU diz não estar ciente de nenhum 'programa de armas biológicas' na Ucrânia

Izumi Nakamitsu, Subsecretário-Geral das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento, fala durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir o conflito russo e ucraniano na sede das Nações Unidas em 11 de março de 2022 em Nova York - Michael M. Santiago/Getty Images via AFP
Izumi Nakamitsu, Subsecretário-Geral das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento, fala durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir o conflito russo e ucraniano na sede das Nações Unidas em 11 de março de 2022 em Nova York Imagem: Michael M. Santiago/Getty Images via AFP

Jonathan Landay e Humeyra Pamuk e Simon Lewis

11/03/2022 15h53Atualizada em 11/03/2022 16h29

A ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou nesta sexta-feira (11) que não está ciente de nenhum programa de armas biológicas na Ucrânia, enquanto Washington e seus aliados expressaram preocupações de que a Rússia possa estar disseminando essa acusação sem provas para poder lançar os seus próprios ataques com armas biológicas ou químicas.

A Rússia convocou a reunião dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU para reforçar sua acusação infundada de que a Ucrânia administra laboratórios de guerra biológica com apoio dos EUA.

Isso pode acabar sendo um tiro no pé para Moscou porque os membros rejeitaram a afirmação como "mentira" e "total absurdo" e usaram a sessão para amplificar acusações de que a Rússia deliberadamente tentou atingir e matou centenas de civis em sua invasão de 15 dias que o presidente Vladimir Putin chama de ?operação militar especial?.

Izumi Nakamitsu, Alto Representante da ONU para Questões de Desarmamento, disse ao conselho que a ONU "não está ciente" de nenhum programa de armas biológicas na Ucrânia, que ratificou um tratado internacional que proibia essas armas, assim como a Rússia.

O enviado russo à ONU, Vasily Nebenzya, repetiu a acusação —sem apresentar evidências— de que a Ucrânia tem um laboratório de armas biológicas com apoio do Departamento de Defesa dos EUA.

Sob um acordo de 2005, o Pentágono auxilia vários laboratórios de saúde pública da Ucrânia a melhorar a segurança de patógenos perigosos e a tecnologia usada para pesquisa. Esse projeto teve o apoio de outros países e da Organização Mundial de Saúde.

A embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse que o governo dos EUA estava "profundamente preocupado" que a Rússia tenha convocado a sessão com um pretexto falso para preparar o terreno para o seu próprio uso de armas químicas ou biológicas na Ucrânia.