Ministro russo acusa Ocidente de querer afundar negociações pela paz com 'histeria' sobre crimes de guerra
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, acusou o Ocidente nesta terça-feira de tentar atrapalhar as negociações entre Rússia e Ucrânia ao alimentar uma "histeria" sobre supostos crimes de guerra cometidos pelas forças de Moscou.
Kiev e o Ocidente dizem que há evidências —incluindo imagens e depoimentos de testemunhas coletados pela Reuters e por outras organizações de imprensa— que a Rússia cometeu crimes de guerra na cidade ucraniana de Bucha. Moscou nega a acusação e já chamou as alegações de serem "monstruosamente forjadas".
Lavrov disse, sem oferecer evidências, que Moscou acredita que as acusações foram programadas para arruinar o processo de negociação após o que descreveu como progresso, depois que representantes ucranianos e russos se reuniram na Turquia na semana passada.
"Estamos inclinados a pensar que a razão é um desejo de encontrar um pretexto para que as negociações conduzidas sejam interrompidas", disse Lavrov em um vídeo publicado pelo Ministério de Relações Exteriores da Rússia.
Em um sinal do atual abismo entre as duas partes após seis semanas de guerra, Lavrov disse que Moscou ainda insiste na desmilitarização e na "desnazificação" da Ucrânia e na justificativa da proteção para os russófonos na região, mas Kiev nega que esses sejam problemas reais.
A Ucrânia e os governos ocidentais dizem que essas exigências, apresentadas pelo presidente Vladimir Putin no início da invasão da Rússia, eram pretextos para uma ofensiva ilegal a um país democrático.
Lavrov disse, novamente sem oferecer evidências, que a Ucrânia havia "tentado romper o processo de negociação como um todo" após a imprensa ocidental publicar as alegações de crimes de guerra.
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