Rússia ameaça países com consequências por votação sobre Conselho de Direitos Humanos da ONU
A Rússia advertiu os países na Organização das Nações Unidas (ONU) que um voto sim ou uma abstenção em uma votação proposta pelos Estados Unidos para suspender Moscou do Conselho de Direitos Humanos da ONU será visto como um "gesto hostil" com consequências para os laços bilaterais, de acordo com uma nota vista pela Reuters nesta quarta-feira.
Os Estados Unidos disseram na segunda-feira que buscariam a suspensão da Rússia depois que a Ucrânia acusou as tropas russas de matarem centenas de civis na cidade de Bucha.
A Assembleia Geral das Nações Unidas, com 193 membros, deverá votar a medida na quinta-feira, em Nova York.
Uma maioria de dois terços dos membros votantes —as abstenções não contam— pode suspender um país do Conselho de Direitos Humanos por cometer violações graves e sistemáticas dos direitos humanos. O conselho fica em Genebra e possui 47 integrantes.
A missão da Rússia junto à ONU exortou os países a "manifestarem-se contra a resolução antirussa". Não ficou imediatamente claro quantos países receberam a nota.
"Vale mencionar que não apenas o apoio a tal iniciativa, mas também uma posição equidistante na votação (abstenção ou não participação) será considerada como um gesto hostil", diz a nota.
"Além disso, a posição de cada país será levada em conta tanto no desenvolvimento das relações bilaterais quanto no trabalho sobre as questões importantes para ele no âmbito das Nações Unidas", acrescenta o texto.
A missão da Rússia nas Nações Unidas se recusou a comentar a carta porque ela não era pública. A Rússia está em seu segundo ano de mandato de três anos no Conselho de Direitos Humanos.
"A Rússia ameaçae abertamente e de forma flagrante os países que votarem para suspendê-la do Conselho de Direitos Humanos da ONU é apenas mais uma prova de que a Rússia precisa ser suspensa imediatamente do Conselho de Direitos Humanos da ONU", disse Olivia Dalton, porta-voz da missão dos EUA na ONU, nesta quarta-feira.
Desde que a invasão russa da Ucrânia começou, em 24 de fevereiro, a Assembleia adotou duas resoluções denunciando as ações da Rússia com 141 e 140 votos a favor. Moscou diz que está realizando uma "operação especial" para desmilitarizar a Ucrânia.
A Rússia nega ter atacado civis na Ucrânia e o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, disse na terça-feira que enquanto Bucha estava sob controle russo "nem um único civil sofreu qualquer tipo de violência".
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