Expectativa de vida nos EUA cai quase 2 anos em 2020, maior queda entre países de alta renda
A expectativa de vida nos Estados Unidos caiu quase dois anos em 2020, para cerca de 77 anos de idade, em meio à pandemia de Covid-19, a maior queda em comparação com os outros 21 países de alta renda, de acordo com um estudo global.
Os norte-americanos têm hoje expectativa de vida de 76,99 anos, e não mais 78,86 anos, registrada em 2019, de acordo com a pesquisa, que avaliou as contagens nacionais de mortes e de população em 2019 e 2020 para calcular a razão de taxas de mortalidade.
A queda de 1,87 anos na expectativa de vida no ano de 2020 foi bem mais alta do que a média de redução, que foi de 0,58 ano em 21 outros países, entre eles Canadá, França, Alemanha, Dinamarca e Coreia do Sul. Nenhum país experimentou uma queda tão brusca quanto a dos Estados Unidos, de acordo com o estudo.
Os números de mortalidade por Covid-19 nos EUA e de mortes em excesso estiveram entre os mais altos do planeta, e o vírus foi a terceira causa de morte nos Estados Unidos em 2020, atrás apenas de doenças cardíacas e câncer.
Os autores do estudo disseram que os Estados Unidos geriram mal as respostas federal, estadual e local à pandemia de Covid-19 no início, contribuindo para maiores números de mortos do que em outros países. A resposta à pandemia acentua a diferença de expectativa de vida entre os EUA e esses países.
"O fato de que os EUA perderam muito mais vidas do que outros países de alta renda diz não apenas sobre como gerimos a pandemia, mas também sobre outros problemas profundamente enraizados que antecediam a pandemia", disse Steven H. Woolf, um dos autores do estudo e professor da Universidade Commonwealth da Virginia.
"A expectativa de vida nos EUA tem estado atrás de outros países desde os anos 1980, e a diferença se ampliou ao longo do tempo, principalmente ao longo da última década", disse.
Woolf disse que os norte-americanos morrem em taxas mais altas por conta de doenças cardíacas, diabetes e dezenas de outras condições. A falta de acesso universal a cuidados médicos, renda e desigualdade educacional, e ambientes menos físicos e sociais menos saudáveis também contribui.
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