Fora da democracia há os 'engenheiros do caos', diz presidente do TSE
Em mais uma defesa do sistema eleitoral brasileiro, que tem sido alvo de ataques constantes do presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, afirmou nesta sexta-feira, sem citar qualquer autoridade, que aqueles que não respeitam a democracia são "engenheiros do caos".
O ministro agradeceu manifestações, na véspera, dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em defesa da democracia e do sistema eleitoral, e afirmou que declarações contrárias a esse sentido "podem interessar a quem de fato não esteja interessado na democracia".
"Não só o Brasil, mas o mundo contemporâneo colocou a democracia em causa. E a democracia hoje é a nossa causa para ser defendida e para ser mantida. Fora da democracia há engenheiros do caos. Nós somos engenheiros da ordem democrática", afirmou o presidente do TSE em entrevista coletiva no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, acrescentando que "quem esteja interessado na democracia ... não incita a violência, não incita a desobediência quanto ao resultado do escrutínio popular".
O presidente Bolsonaro colocado o atual sistema eletrônico de votação em dúvida e já chegou, inclusive, a afirmar que não aceitaria o resultado de eleições presidenciais neste ano que não considerasse "limpas".
Em episódio mais recente, na quarta-feira, Bolsonaro ressaltou que ele é o chefe supremo das Forças Armadas e disse que os militares não seriam "moldura" ou ficariam apenas "batendo palmas", referindo-se à participação do Exército, a convite do TSE, nas discussões sobre a transparência e segurança do processo eleitoral. Ele defendeu que as Forças Armadas também possam apurar os votos da eleição.
Fachin ressaltou o papel da Justiça Eleitoral. "Na democracia, tal como nos campeonatos, o que incumbe à Justiça Eleitoral? Nós não fazemos parte do jogo. Ainda que alguns jogadores queiram que o juiz jogue, levantem a voz contra o juiz, alguns se dirigem ao árbitro da partida muitas vezes de maneira pouco elegante, para dizer o mínimo, o árbitro não faz parte do jogo. O árbitro não está na arquibancada fazendo parte da torcida".
Em outra metáfora, o ministro da corte eleitoral e do Supremo Tribunal Federal (STF) comparou o contexto brasileiro a uma estrada com pouca visibilidade.
"Na vida brasileira de hoje tem muita neblina, mas na essência a estrada é muito segura. Nós precisamos ver a estrada. E a estrada é aquela que está no Estado de Direito Democrático. Essa neblina vai passar. Basta vir o sol da democracia e ela vai se dissipar. Para isso é importante que todas as instituições congreguem-sem em comunhão de interesses na defesa da democracia", defendeu.
"A Justiça Eleitoral irá realizar eleições em outubro, irá diplomar os eleitos até 19 de dezembro. Esse é o nosso compromisso", declarou o ministro, finalizando sua participação.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.