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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Moscou se irrita após UE cortar embarques para posto avançado do Báltico

Mikhail Klimentyev/Sputnik via Reuters
Imagem: Mikhail Klimentyev/Sputnik via Reuters

21/06/2022 09h28Atualizada em 21/06/2022 10h01

A Rússia convocou o embaixador da União Europeia em Moscou nesta terça-feira, furiosa com o que chama de bloqueio ferroviário ilegal a um posto russo no Mar Báltico, o mais recente impasse sobre as sanções impostas pela guerra na Ucrânia.

No campo de batalha no leste da Ucrânia, representantes separatistas da Rússia disseram que estavam avançando em direção ao principal bastião de Kiev. Uma autoridade ucraniana descreveu uma calmaria nos combates como a "calma antes da tempestade".

A mais recente crise diplomática está no exclave de Kaliningrado, um porto e uma zona rural circundante no Mar Báltico que abriga quase um milhão de russos, conectados ao resto da Rússia por uma ligação ferroviária através da Lituânia, membro da União Europeia e da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

A Lituânia fechou a rota para bens básicos, incluindo materiais de construção, metais e carvão, o que diz ser obrigada a fazer sob as sanções da UE que entraram em vigor no sábado.

A Rússia classifica a medida de bloqueio ilegal e ameaçou uma retaliação não especificada contra a Lituânia.

O enviado da UE Markus Ederer compareceu ao Ministério das Relações Exteriores da Rússia nesta terça-feira. O porta-voz da UE Peter Stano disse que Ederer "explicou que a Lituânia está implementando as sanções da UE e que não há bloqueio, e pediu que eles se abstenham de etapas de escalada e retórica".

O impasse cria uma nova fonte de confronto no Báltico, uma região já preparada para uma reforma de segurança que limitaria o poder marítimo da Rússia após a Suécia e a Finlândia se candidatarem para ingressar na Otan, colocando quase toda a costa sob controle da aliança.

Nikolai Patrushev, secretário do poderoso Conselho de Segurança da Rússia, chegou a Kaliningrado para realizar uma reunião do conselho, informou a agência de notícias estatal russa RIA.

Moscou convocou um diplomata lituano na segunda-feira, mas a UE desviou a responsabilidade dos lituanos, dizendo que a política foi resultado de uma ação coletiva do bloco. Vilnius "não estava fazendo nada além de implementar as diretrizes fornecidas pela Comissão (Europeia)", disse o chefe de política externa da UE, Josep Borrell.

Combates

Dentro da Ucrânia, a batalha pelo leste se tornou uma guerra brutal de desgaste nas últimas semanas, com a Rússia concentrando seu poder de fogo em um bolsão ucraniano da região de Donbas que Moscou reivindica em nome de seus representantes separatistas.

Moscou tem feito progressos lentos desde abril em uma luta implacável que custou a ambos os lados milhares de soldados mortos, em uma das batalhas terrestres mais sangrentas na Europa por gerações.

Os combates abrangem o rio Siverskyi Donets que atravessa a região, com as forças russas principalmente na margem leste e as forças ucranianas principalmente no oeste, embora os ucranianos ainda estejam resistindo na cidade de Sievierodonetsk, na margem leste.

Nos últimos dias, a Rússia capturou Toshkivka, uma pequena cidade na margem oeste mais ao sul, dando-lhe um ponto de apoio potencial para tentar isolar o principal bastião ucraniano em Lysychansk.