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Zelensky sugere retomar exportações de amônia russa em troca de prisioneiros de guerra; Kremlin rejeita

Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky - REUTERS/Viacheslav Ratynskyi
Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky Imagem: REUTERS/Viacheslav Ratynskyi

Tom Balmforth

16/09/2022 17h31

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse nesta sexta-feira que só apoiaria a ideia de reabrir as exportações de amônia da Rússia através da Ucrânia se Moscou devolvesse prisioneiros de guerra, o que foi prontamente rejeitado pelo Kremlin.

Em entrevista à Reuters, Zelensky disse ter proposto o acordo à Organização das Nações Unidas (ONU), que havia sugerido a retomada das exportações de amônia russa pela Ucrânia para aliviar a escassez global de fertilizantes.

"Sou contra o fornecimento de amônia da Federação Russa através do nosso território. Só faria isso em troca de nossos prisioneiros. Foi isso o que ofereci à ONU", disse ele durante uma entrevista em seu gabinete presidencial.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, descartou a ideia, segundo a agência de notícias Tass. "Pessoas e amônia são a mesma coisa?", questionou, de acordo com a reportagem.

A ONU tem proposto que o gás de amônia da produtora de fertilizantes russa Uralchem seja bombeado por gasoduto até a fronteira ucraniana, onde seria comprado pela comerciante de commodities norte-americana Trammo.

O gasoduto foi projetado para bombear até 2,5 milhões de toneladas de amônia por ano da região do Volga, na Rússia, até o porto ucraniano de Pivdennyi, no Mar Negro, conhecido como Yuzhny em russo, perto de Odessa.

A tubulação foi fechada depois que a Rússia enviou suas tropas à Ucrânia em 24 de fevereiro.

Zelenskiy disse que centenas de soldados russos foram capturados durante a contraofensiva relâmpago da Ucrânia na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia.

Ele acrescentou, contudo, que a Rússia está mantendo mais soldados ucranianos sob custódia do que a quantidade de prisioneiros de guerra russos que a Ucrânia tem.

O destino dos soldados ucranianos detidos pela Rússia, e em particular daqueles que foram capturados após meses de espera na siderúrgica Azovstal, na cidade sitiada de Mariupol, é uma questão extremamente sensível na Ucrânia.

Alguns parentes estavam reunidos nesta sexta-feira do lado de fora do distrito governamental em Kiev, onde fica o gabinete de Zelenskiy, segurando cartazes com os dizeres "Traga os heróis de Azovstal de volta para casa".