Presidente de Belarus sobre guerra na Ucrânia: 'Rússia pode usar todos os tipos de armas'
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, alertou a Ucrânia e o Ocidente nesta sexta-feira para não encurralar sua aliada Rússia, dizendo que Moscou tem armas nucleares por um motivo.
Em trecho de uma entrevista ao canal de TV norte-americano NBC divulgado pela agência de notícias estatal de Belarus, Lukashenko disse: "O mais importante é não encurralar seu interlocutor e até mesmo seu oponente. Portanto, você não deve cruzar essas linhas - essas linhas vermelhas, como dizem os russos. Você não pode cruzá-las."
No Ocidente, aumentou a preocupação de que o presidente russo, Vladimir Putin, possa recorrer a armas nucleares, depois que uma série de derrotas de suas forças na Ucrânia mudou o impulso da guerra a favor de Kiev.
"Quanto às armas nucleares, qualquer arma é uma arma criada para alguma coisa", disse Lukashenko.
"A Rússia delineou claramente sua posição: Deus me livre que haja um ataque ao território da Federação Russa; nesse caso, a Rússia pode usar todos os tipos de armas, se necessário".
Lukashenko não tem voz nas decisões militares de Putin, mas seus comentários serviram para sublinhar o aumento da tensão à medida que a guerra se aproxima do fim de seu oitavo mês.
Putin proclamou unilateralmente quatro regiões ucranianas como parte da Rússia no mês passado, uma medida amplamente condenada esta semana pela Assembleia Geral da ONU, e disse que defenderá a "integridade territorial" da Rússia por todos os meios, incluindo armas nucleares, se necessário.
Lukashenko disse separadamente que colocou Belarus no que chamou de estado de alerta terrorista intensificado por causa das tensões em suas fronteiras. Ele vinculou essa medida ao seu anúncio na segunda-feira de que ordenou que as tropas bielorrussas se mobilizassem com as forças russas perto da fronteira sul de Belarus com a Ucrânia.
Aliada a Moscou e encravada entre Rússia, Ucrânia e três países da Otan, Belarus permitiu que a Rússia usasse seu território como uma das plataformas de lançamento para sua invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.
Seus últimos movimentos de tropas levantaram a preocupação em Kiev e no Ocidente de que Lukashenko possa estar prestes a comprometer seu Exército para apoiar o esforço de guerra da Rússia.
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