Rússia lança mais ataques com mísseis e faz pressão no leste da Ucrânia
A Rússia lançou mais ataques com mísseis contra a infraestrutura de energia da Ucrânia nesta quinta-feira e suas forças pressionaram ataques no leste da Ucrânia, reforçadas por tropas retiradas da cidade de Kherson, no sul, que Kiev recapturou na semana passada.
A Otan e a Polônia concluíram que um míssil que caiu na Polônia na terça-feira, matando duas pessoas, foi provavelmente um disparo errante das defesas aéreas da Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, contestou essa visão em um raro desacordo público com seus aliados ocidentais.
Conforme começa a cair neve do inverno em Kiev, as autoridades disseram que estavam trabalhando duro para restaurar a energia em todo o país depois que a Rússia desencadeou no início desta semana o que a Ucrânia disse ser o bombardeio mais pesado de infraestrutura civil da guerra de nove meses.
Explosões foram ouvidas novamente na manhã de quinta-feira em várias partes da Ucrânia, incluindo a cidade portuária de Odessa, no sul, a capital Kiev e a cidade central de Dnipro.
Autoridades locais disseram que duas pessoas morreram em um ataque com mísseis durante a noite na região sul de Zaporhizhzhia, três ficaram feridas em um ataque na cidade de Kharkiv, no nordeste do país, e três ficaram feridas em Odessa.
"Mísseis estão sobrevoando Kiev neste momento", disse o primeiro-ministro Denys Shmyhal, segundo a agência de notícias Interfax Ucrânia. "Agora eles estão bombardeando nossa produção de gás, estão bombardeando nossas empresas em Dnipro e Yuzhmash (fábrica de mísseis)".
A empresa estatal de energia Naftogaz confirmou que as instalações de produção de gás no leste da Ucrânia foram danificadas ou destruídas.
O escritório humanitário das Nações Unidas (OCHA) alertou para uma grave crise humanitária na Ucrânia neste inverno.
"Milhões estão enfrentando constantes cortes de energia, e a falta de energia também está afetando o bombeamento de água", afirmou em um comunicado.
Em uma nota mais otimista, o ministério da infraestrutura da Ucrânia disse que foi alcançado um acordo para estender por 120 dias um acordo que permite a exportação de alimentos e fertilizantes dos portos ucranianos do Mar Negro por meio de um corredor de trânsito marítimo protegido.
A iniciativa de grãos do Mar Negro, acordada pela primeira vez em julho, ajudou a aliviar a escassez global de alimentos e o secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou o anúncio de quinta-feira.
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