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Índia diz que contou alguns corpos 2 vezes e reduz mortos para 275 em acidente

Jatindra Dash e YP Rajesh

Reuters, em Bahanaga (Índia)

04/06/2023 12h48

Equipes de resgate indianas concluíram, neste domingo, as operações no local do acidente ferroviário mais fatal do país nas últimas duas décadas, e a principal suspeita é de que o sistema de sinalização tenha falhado no acidente que matou ao menos 275 pessoas.

De acordo com Pradeep Jena, secretário-chefe do Estado oriental de Odisha, o número de mortos do acidente de sexta-feira foi revisado para baixo de 288, após descobrirem que alguns corpos haviam sido contados duas vezes.

Segundo ele, é improvável que a contagem suba. "Agora a operação de resgate está completa."

Quase 1.200 pessoas ficaram feridas devido ao choque entre um trem de passageiros e outro de carga, que estava parado, atingindo outro trem de passageiros que passava na direção oposta, próximo ao distrito de Balasore.

Mais de 900 pessoas receberam alta do hospital, porém, outras 260 ainda estavam sendo atendidas, sendo um paciente em estado crítico, de acordo com o governo do estado de Odisha.

A estatal Indian Railways, que diz transportar mais de 13 milhões de pessoas todos os dias, tem trabalhado para melhorar seu histórico de segurança irregular, atribuído à infraestrutura envelhecida, e está conduzindo uma investigação inicial para determinar a causa do acidente.

O Conselho Ferroviário da Índia, principal órgão executivo, recomendou que o caso fosse entregue ao Bureau Central de Investigação, segundo o ministro das Ferrovias, Ashwini Vaishnaw.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, visitou o local neste sábado para conversar com equipes de resgate, inspecionar os destroços e conhecer alguns dos feridos.

"Aqueles considerados culpados serão punidos severamente", disse Modi.

Investigações preliminares indicaram que o Coromandel Express, que seguia para Chennai de Kolkata, saiu da linha principal e entrou em uma pista circular — uma via lateral usada para estacionar trens — a 128 km/h, colidindo com o trem de carga estacionado, disse Jaya Varma Sinha, membro do Conselho da Ferrovia.

O acidente fez com que o motor e os primeiros quatro ou cinco vagões do Coromandel Express saltassem dos trilhos, tombassem e atingissem os dois últimos vagões do trem Yeshwantpur-Howrah que seguia na direção oposta a 126 km/h na segunda linha principal, disse ela a repórteres.

Isso fez com que os dois trens descarrilassem, resultando em um grande engavetamento, disse Sinha.

De acordo com ela, os motoristas de ambos os trens de passageiros ficaram feridos, mas sobreviveram.

A investigação foca, agora, no sistema de gerenciamento de trilhos controlado por computador, chamado de 'sistema de bloqueio', que direciona um trem para um trilho liberado no ponto onde dois trilhos se encontram.

Suspeita-se que o sistema tenha falhado e não deveria ter permitido que o Coromandel Express tomasse o circuito, disse Sinha.