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Conflitos no Sudão se intensificam sem mediação à vista

Veículo queimado em Cartum, no Sudão, em meio a confrontos entre milícias e o Exército do país - EL TAYEB SIDDIG/REUTERS
Veículo queimado em Cartum, no Sudão, em meio a confrontos entre milícias e o Exército do país Imagem: EL TAYEB SIDDIG/REUTERS

Khalid Abdelaziz, Nafisa Eltahir e Adam Makary

03/07/2023 08h43Atualizada em 03/07/2023 10h18

Os confrontos entre o Exército do Sudão e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF) se intensificaram no domingo, quando a guerra na capital do país e nas regiões ocidentais entrou em sua 12ª semana sem nenhuma tentativa à vista de trazer um fim pacífico ao conflito.

Ataques aéreos e de artilharia, além de disparos de armas leves, puderam ser ouvidos, principalmente na cidade de Omdurman, bem como na capital Cartum, enquanto o conflito aprofunda uma crise humanitária e ameaça atrair outros interesses regionais.

A RSF disse que derrubou um avião de guerra do Exército e um drone em Bahri, em declarações às quais os militares não responderam imediatamente.

"Estamos apavorados, a cada dia os ataques pioram", disse Nahid Salah, de 25 anos, que mora no norte de Omdurman, por telefone à Reuters.

A RSF tem dominado a luta terrestre na capital e tem sido acusada de saques e ocupações de casas, enquanto o Exército se concentra em ataques aéreos e de artilharia.

O chefe do Exército, Abdel Fattah al-Burhan, convocou na semana passada os jovens a se juntarem à luta contra a RSF e no domingo o Exército postou fotos que dizia serem de novos recrutas.

A guerra também atingiu cidades nas regiões ocidentais de Kordofan e Darfur, em particular a cidade mais ocidental de El Geneina, onde a RSF e as milícias árabes foram acusadas de limpeza étnica.

As negociações realizadas em Jeddah, patrocinadas pelos Estados Unidos e pela Arábia Saudita, foram suspensas no mês passado, enquanto uma tentativa de mediação por países da África Oriental foi criticada pelo Exército, que acusou o Quênia de parcialidade.

Na semana passada, o chefe do Exército e seu vice no Conselho Soberano do país, Malik Agar, expressaram abertura a qualquer tentativa de mediação da Turquia ou da Rússia, embora nenhum esforço oficial tenha sido anunciado.