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Brics podem ajudar em acordo político entre Israel e Hamas, diz Putin

MOSCOU (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu nesta terça-feira uma solução política para o conflito entre Israel e o grupo militante Hamas, indicando que os países da região e os membros do Brics poderiam se envolver nos esforços para chegar a um acordo.

Em comentários televisionados para uma cúpula virtual do Brics, Putin mais uma vez culpou o fracasso da diplomacia dos Estados Unidos no Oriente Médio pela crise na região.

"Apelamos para os esforços conjuntos da comunidade internacional com o objetivo de diminuir a escalada da situação, um cessar-fogo e encontrar uma solução política para o conflito palestino-israelense. Os Estados do Brics e os países da região poderiam desempenhar um papel fundamental nesse trabalho", disse Putin.

Ele não entrou em detalhes sobre como esse esforço poderia ser organizado.

O Brics inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em agosto, o grupo concordou em se expandir com a inclusão de Arábia Saudita, Irã, Etiópia, Egito, Argentina e Emirados Árabes Unidos como membros.

Especialistas em política russa e ocidental dizem que Putin está tentando usar a crise de Gaza para sua vantagem geopolítica como parte de uma estratégia para cortejar aliados em países em desenvolvimento e construir o que ele chama de uma nova ordem mundial a fim de combater o domínio dos EUA.

Em comentários anteriores, ele atacou repetidamente a política dos EUA, pediu a Israel que demonstrasse moderação e expressou compaixão pela situação dos palestinos.

No mês passado, ele advertiu Israel contra o cerco a Gaza da mesma forma que a Alemanha nazista sitiou Leningrado durante a Segunda Guerra Mundial, dizendo que uma ofensiva terrestre levaria a um número "absolutamente inaceitável" de vítimas civis.

Nesta terça-feira, ele disse que é "terrível" que crianças palestinas estejam morrendo em grande número, acrescentando que a visão de operações sendo realizadas em crianças sem anestesia "evoca sentimentos especiais".

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"Devido à sabotagem das decisões da ONU, que claramente preveem a criação e a coexistência pacífica de dois Estados independentes e soberanos - Israel e Palestina - mais de uma geração de palestinos foi criada em uma atmosfera de injustiça em relação ao seu povo, e os israelenses não podem garantir totalmente a segurança de seu Estado", disse Putin.

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