Guerra vem de décadas de frustração e injustiça contra Palestina, diz Lula
O presidente Lula (PT) disse hoje no encontro dos Brics que o conflito Israel e Hamas "decorre de décadas de frustração e injustiça" por causa da "ausência de um lar seguro" para os palestinos.
O que Lula disse
Lula falou em uma reunião de emergência do bloco de países emergentes para tratar especificamente do conflito. Em tom semelhante ao da proposta brasileira pelo fim do conflito, o presidente brasileiro disse que a saída não precisa ser criada "apenas pela força das armas".
Não podemos esquecer que a guerra atual também decorre de décadas de frustração e injustiça, representada pela ausência de um lar seguro para o povo palestino.
Lula, em reunião dos Brics
O presidente disse que o grupo precisa pensar em uma maneira para que o conflito não se alastre pelos países vizinhos. Ele também voltou a criticar o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), que vetou a proposta brasileira por paz.
Feita por videoconferência, esta foi a primeira reunião dos Brics (sigla formada por Brasil, Rússia, Índia China e África do Sul) com os seis novos integrantes, que participaram como observadores. As nações entram oficialmente no grupo a partir do ano que vem.
Fim da guerra pelo diálogo
O discurso de Lula foi concentrado em tentar achar uma solução da guerra por meio do diálogo, mas com referência crítica à atuação de Israel. "O Brasil não acredita que a paz seja criada apenas pela força das armas. Temos longa experiência nacional que reforça nossa fé na paz criada por uma justa negociação diplomática", disse o presidente.
Desde que conseguiu tirar o primeiro grupo de brasileiros da Faixa de Gaza, Lula tem questionado a atuação de Israel. No discurso, voltou a pregar a coexistência dos dois Estados.
É fundamental acompanhar com atenção a situação na Cisjordânia, onde os assentamentos ilegais israelenses continuam a ameaçar a viabilidade de um Estado palestino. O reconhecimento de um Estado palestino viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas, é a única solução possível.
Lula
Brics em nova composição
A reunião contou com quase todos os chefes de Estado do novo Brics. Da formação original, até então titular, participaram Lula e os líderes Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia), Narendra Modi (Índia) e Cyril Ramaphosa (África do Sul), que convocou o encontro por videoconferência.
Os novos países participaram como observadores. São eles: Argentina, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Egito e Etiópia.
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