Chefe do Pentágono tenta convencer aliados de compromisso dos EUA com a Ucrânia

Por Idrees Ali

BASE AÉREA DE RAMSTEIN, Alemanha (Reuters) - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, procurou convencer os aliados europeus de que o governo do presidente Joe Biden ainda está comprometido com o apoio à Ucrânia, mesmo com Washington praticamente sem dinheiro para continuar a armar Kiev e com poucos sinais de que o Congresso se movimentará para repor os fundos.

Até o momento, o presidente da Câmara dos Deputados, o republicano Mike Johnson, tem se recusado a votar um projeto de lei que forneceria 60 bilhões de dólares a mais para a Ucrânia, e a Casa Branca tem se esforçado para encontrar maneiras de enviar assistência a Kiev, que vem lutando contra as forças russas há mais de dois anos.

Austin está liderando um encontro mensal conhecido como grupo de contato de defesa da Ucrânia (UDCG, na sigla em inglês), realizado na Base Aérea de Ramstein, na Alemanha, com cerca de 50 aliados que têm apoiado militarmente a Ucrânia.

"Os Estados Unidos não deixarão a Ucrânia fracassar... Esta coalizão não deixará a Ucrânia fracassar", disse Austin no início da reunião.

Austin, que está viajando pela primeira vez neste ano desde o tratamento de câncer de próstata, não disse como Washington apoiaria a Ucrânia sem financiamento adicional e não mencionou especificamente o Congresso.

As autoridades dizem que a falta de financiamento disponível já está tendo um impacto para a Ucrânia e as forças ucranianas estão tendo que administrar recursos escassos.

"Acho que nossos aliados estão bem cientes da nossa situação de financiamento, e os ucranianos mais do que ninguém, por causa da escassez que está resultando da nossa incapacidade de abastecê-los", afirmou uma autoridade de defesa dos EUA, falando sob condição de anonimato.

Na semana passada, o governo Biden disse que enviaria 300 milhões de dólares em assistência militar para a Ucrânia, mas acrescentou que a ação se tratava de uma medida extraordinária após o Pentágono economizar recursos de contratos militares que havia feito.

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As autoridades não descartaram a possibilidade de encontrar recursos adicionais, mas dizem que esse valor não seria suficiente para compensar a falta de ação do Congresso.

O apoio europeu tem se tornado cada vez mais importante, à medida que Biden não consegue aprovar um grande pacote de ajuda à Ucrânia no Congresso e grande parte de sua política externa está concentrada na guerra em Gaza.

Mas as autoridades norte-americanas dizem que a realidade é que, sem os Estados Unidos, o apoio europeu à Ucrânia não será suficiente para se defender das forças russas.

"Não há uma maneira de nossos aliados realmente combinarem forças para compensar a falta de apoio dos EUA", disse a autoridade de defesa dos EUA.

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