Rússia diz que apoio nuclear à Ucrânia vai levar mundo à catástrofe: 'Loucura'
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse nesta quarta-feira que a ideia que está sendo divulgada no Ocidente de que os Estados Unidos dariam armas nucleares para a Ucrânia é "loucura" e que evitar tal cenário é uma das razões pelas quais Moscou entrou na Ucrânia.
O New York Times informou na semana passada que algumas autoridades ocidentais não identificadas haviam sugerido que o presidente dos EUA, Joe Biden, poderia dar armas nucleares à Ucrânia antes de deixar o cargo.
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, disse que é do interesse de todos os governos responsáveis garantir que tal cenário, que ela chamou de "suicida", não aconteça.
"Consideramos isso uma loucura", disse Zakharova aos repórteres quando questionada sobre o assunto.
"Trata-se de uma insanidade absoluta que está sendo imposta a uma certa parte do establishment político da Ucrânia pelos ocidentais."
Ela acusou Kiev de usar a questão, que ela descreveu como propaganda, para tentar obter mais ajuda do Ocidente.
As "ações irresponsáveis" da Ucrânia e de seus apoiadores ocidentais poderiam levar o mundo "à beira da catástrofe", advertiu ela.
O Kremlin disse na terça-feira que a discussão no Ocidente sobre armar a Ucrânia com armas nucleares é "absolutamente irresponsável", enquanto Dmitry Medvedev, autoridade graduada de segurança da Rússia, alertou que Moscou pode considerar tal transferência como equivalente a um ataque à Rússia, fornecendo bases para uma resposta nuclear.
A Ucrânia herdou armas nucleares da União Soviética após o colapso soviético em 1991, mas abriu mão delas em um acordo de 1994, o Memorando de Budapeste, em troca de garantias de segurança da Rússia, dos Estados Unidos e do Reino Unido.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, reclamou várias vezes que a mudança deixou seu país sem segurança, o que é um dos motivos pelos quais ele argumenta que o país deve ser admitido na aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), algo a que Moscou se opõe.
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