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Trump é chamado de "racista" ao propor retorno de democratas a seus países de origem

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante lançamento de sua campanha para reeleição em 2020 - Carlo Allegri/Reuters
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante lançamento de sua campanha para reeleição em 2020 Imagem: Carlo Allegri/Reuters

15/07/2019 07h01

Mais uma série de tuítes controversos do presidente americano, Donald Trump, gerou uma forte indignação nos Estados Unidos. Sem citar nomes, o republicano escreveu que parlamentares democratas de origem estrangeira deveriam retornar a seus países. A publicação suscitou críticas imediatas, sendo considerada racista e xenófoba.

Mais uma série de tuítes controversos do presidente americano, Donald Trump, gerou uma forte indignação nos Estados Unidos. Sem citar nomes, o republicano escreveu que parlamentares democratas de origem estrangeira deveriam retornar a seus países. A publicação suscitou críticas imediatas, sendo considerada racista e xenófoba.

"É tão interessante ver congressistas democratas 'progressistas', que vieram de países cujos governos são uma completa e total catástrofe; os piores, mais corruptos e inaptos do mundo (isso se tiverem um verdadeiro governo)", afirma o primeiro tuíte de Trump, publicado ontem.

Em seguida, o presidente americano reitera. "Agora elas querem dizer para o povo dos Estados Unidos, a melhor e mais poderosa nação da Terra, como o novo governo deve atuar. Por que elas não voltam e ajudam a arrumar os lugares completamente quebrados e infestados de crime de onde elas vieram? Depois voltem e nos mostrem como devemos fazer."

No último tuíte, Trump conclui: "Esses lugares precisam de sua ajuda urgente, vocês devem partir imediatamente. Estou certo de que Nancy Pelosi ficaria muito feliz em organizar essas viagens gratuitas!".

A menção às "representantes democratas progressistas" foi interpretada como uma referência ao grupo de jovens eleitas que integram pela primeira vez a Câmara dos Representantes, entre elas Alexandria Ocasio-Cortez, de origem porto-riquenha e deputada por Nova York; a somali Ilhan Omar, do estado de Minnesota; e Rashida Tlaib, de origem palestina e representante do Michigan.

Racista e xenófobo

"É um tuíte racista", afirmou ao canal Fox News o representante democrata Ben Ray Luján, parlamentar de origem latina que ocupa o cargo de mais alto escalão no Congresso. "São cidadãs americanas escolhidas por eleitores neste país", assinalou.

Alexandria Ocasio-Cortez respondeu a Trump via Twitter: "Você está aborrecido porque não pode conceber um país que nos inclua". A congressista acrescentou que o presidente não aceitará uma nação que veja "a saúde como um direito ou a educação como prioridade número 1. No entanto, aqui estamos."

Já Rashida Tlaib assinalou: "Estou lutando contra a corrupção no nosso país. É o que faço todos os dias quando, como congressista, obrigo a sua administração a prestar contas".

A líder da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, também criticou Trump em sua conta no Twitter: "Rejeito os comentários xenófobos que tentam dividir nossa nação". Segundo ela, os comentários mostram que os planos de Trump de fazer a "América grande novamente" dizem respeito a "tornar a América branca novamente".

Cerca de um milhão de deportações

O domingo foi um dia de muita ansiedade para milhares de imigrantes sem documentos nos Estados Unidos. A operação policial de deportação prometida por Trump começou, mas o alcance parece ter sido bem mais modesto do que os "milhões" de imigrantes que ele prometeu expulsar.

No total, cerca de um milhão de ordens de deportação foram emitidas para todo o país. A previsão era deter 2 mil pessoas no domingo, mas, segundo ativistas e políticos democratas contrários à medida, a promessa não foi cumprida.