Trump pressiona e Índia, maior fabricante mundial de medicamentos, voltará a exportar cloroquina
Nova Déli proibiu a venda ao exterior do medicamento contra a malária, do qual é o maior produtor. Mas, sob pressão dos países ocidentais, e particularmente do presidente dos EUA, Donald Trump, essas restrições serão parcialmente suspensas.
A Índia é o maior fabricante e exportador de medicamentos do mundo, mas grande parte de sua matéria-prima vem da China. A paralisação das fábricas chinesas, no entanto, estrangulou a produção indiana, forçando o governo de Nova Déli no mês passado a proibir a exportação de medicamentos essenciais contendo cerca de 20 componentes , incluindo paracetamol e hidroxicloroquina. Esses dois produtos são utilizados na luta contra a covid-19 e sua demanda internacional explodiu.
No meio científico, um debate mobiliza médicos e profissionais da saúde sobre a eficácia do uso da cloroquina e de seu derivado, a hidroxicloroquina, no tratamento de doentes infectados pelo novo coronavírus. Apesar da prudência de muitos cientistas, o presidente americano considera o medicamento "um dom divino".
Ontem, Donald Trump ameaçou a Índia com sanções se o país não enviar aos Estados Unidos seu pedido de cloroquina. O governo indiano cedeu imediatamente.
A mudança de postura aconteceu depois de um telefonema no final de semana entre Donald Trump e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. "Se ele não autorizar a saída (...), pode haver represálias, por que não haveria?", declarou Trump na segunda-feira, aumentando a pressão sobre o chefe de governo indiano.
"Forneceremos também esses medicamentos essenciais a alguns países particularmente afetados pela epidemia", informou um porta-voz da diplomacia indiana.
De acordo com o jornal The Times of India, além dos Estados Unidos, outros países, entre eles Austrália, França, Alemanha, Reino Unido e Brasil, criticam a política da Índia de "exclusividade nacional".
Prioridade aos países vizinhos
A Índia garante que seus estoques agora são suficientes para sua população, apesar de não fornecer dados precisos, e garante que a decisão de voltar a exportar foi adotada antes das ameaças do presidente americano.
Esses dois medicamentos preciosos serão exportados a partir de agora apenas no ritmo de "conta-gotas" para os países vizinhos e os mais afetados pela pandemia, incluindo os Estados Unidos.
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