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França pode flexibilizar quarentena em 11 de maio, mas "país está dividido em dois"

Marc Piasecki/Getty Images
Imagem: Marc Piasecki/Getty Images

07/05/2020 12h27

O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, apresentou nesta quinta-feira (7), em Paris, o plano logístico que determinará o ritmo e as regras para o fim gradual da quarentena na França, a partir da próxima segunda-feira (11).

Ao lado de alguns dos principais ministros de seu governo, o premiê detalhou a estratégia e apontou os pontos fracos das regiões francesas mais atingidas, classificadas em "vermelho." Entre elas, o transporte público, na região parisiense, e o aumento de casos de covid-19, no território francês de Mayotte.

"A boa notícia é que somos capazes de validar o fim da quarentena em todo o território metropolitano. A notícia que não é tão boa é que alguns departamentos estão apresentando desempenho pior do que o esperado", disse o primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, logo no início do pronunciamento.

"Na maior parte do país, conseguimos conter a onda epidêmica e estamos prontos para os testes de covid: se esses departamentos permanecerem 'verdes' pelas próximas três semanas, poderemos prever, no início de junho, uma nova etapa para o fim do confinamento, com a reabertura de escolas, bares e restaurantes", detalhou o premiê francês.

No entanto, quanto ao transporte público na região parisiense, o primeiro-ministro foi categórico. "Eles são essenciais e não serão fechados, mas pelo menos nas três primeiras semanas imporemos regras muito rígidas", disse, sem excluir "medidas adicionais se a situação não melhorar ".

"País dividido em dois"

"O país está dividido em dois", declarou o primeiro-ministro. Segundo ele, se a situação for instável nas regiões 'verdes', nas próximas três semanas, será possível considerar a abertura de escolas, cafés ou restaurantes.

Nos departamentos 'vermelhos', o fim do isolamento social é "possível", porém, com duas situações particulares: Mayotte, com um número baixo, mas crescente de casos, e a região de Ile-de-France, onde o número de casos está diminuindo lentamente e permanece superior ao esperado.

No território francês de Mayotte, "o fim do confinamento será adiado", anunciou Philippe. Na região parisiense, "podemos começar o processo", mas a densidade populacional impõe uma "disciplina reforçada".

O ministro da Saúde francês, Olivier Véran, anunciou o retorno à meta de 5.000 leitos de reanimação (a capacidade original no território) para poder cuidar de pacientes com outras patologias além da covid-19 e permitir "uma pequena pausa" à equipe de enfermagem .

"A pressão da epidemia caiu, mas esse declínio às vezes oculta diferenças significativas dependendo do território francês", disse Véran, detalhando as diferenças entre o oeste da França, menos afetado, e o nordeste, onde a situação é mais tensa.

Aumentar a oferta de transporte na região parisiense

Com relação ao transporte: o objetivo é aumentar a oferta de transporte em Île-de-France o mais rápido possível, afirma a ministra da Transição Ecológica, Elisabeth Borne. "A partir de 11 de maio, a oferta de transporte local aumentará acentuadamente, com um mínimo de 50% dos trajetos, para atingir o tráfego normal no início de junho", disse a ministra.

No entanto, o acesso da população ao transporte coletivo deve ser limitada a 15%, em especial graças ao home office. "As viagens inter-regionais permanecerão muito limitadas nesta primeira fase. Dos 7% dos trens de alta velocidade atualmente, a oferta aumentará para 20% em 11 de maio, atingindo 40% no final de maio. A taxa de ocupação nos trens será limitada a 50% dos assentos", declarou Borne.

O uso de uma máscara será obrigatório em estações para usuários a partir de 11 anos. A ausência do equipamento pode ser punida com uma multa no valor de 135 euros.