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Coreia do Sul registra maior número de casos de covid-19 em um mês

Uma mulher passa por uma fila de eleitores usando máscaras, em um esforço para impedir a propagação da doença por coronavírus, enquanto espera para votar em uma assembleia em Seul, Coréia do Sul - KIM HONG-JI/REUTERS
Uma mulher passa por uma fila de eleitores usando máscaras, em um esforço para impedir a propagação da doença por coronavírus, enquanto espera para votar em uma assembleia em Seul, Coréia do Sul Imagem: KIM HONG-JI/REUTERS

Stéphane Lagarde

Com informações do correspondente da RFI em Seul

11/05/2020 07h35

A Coreia do Sul registrou hoje o maior número de casos do coronavírus em um mês. O motivo é a aparição de um novo surto da doença em um bairro boêmio de Seul.

Os sul-coreanos se preparavam para voltar progressivamente à normalidade, mas, no último fim de semana, o governo sul-coreano decretou o fechamento de alguns lugares públicos de Seul, da província vizinha de Gyeonggi e da cidade de Incheon. As autoridades resolveram tomar a decisão temendo uma segunda onda do coronavírus no país.

A Coreia do Sul registrou hoje 35 novos casos da covid-19, aumentando o número de pessoas que testaram positivo ao coronavírus para 10.909, segundo os centros sul-coreanos de controle e prevenção de doenças. Há 12 dias o país registrava poucos casos, mas a situação evoluiu neste fim de semana.

Segundo o prefeito de Seul, Park Won-soon, um homem de 29 anos recebeu um diagnóstico positivo depois de ter frequentado, no início deste mês, bares e clubes de Iaewon, um dos bairros boêmios da capital sul-coreana. Por isso, as autoridades sanitárias pediram que todas as pessoas que frequentaram o local nas últimas duas semanas sejam rapidamente testadas.

O primeiro-ministro Chung Sye-kyun afirma que o objetivo agora é identificar "milhares de pessoas" que frequentaram esses estabelecimentos para que as autoridades possam encontrar e isolar novos contaminados. A situação gera uma reviravolta no país que estava prestes a protagonizar uma volta progressiva à normalidade.

Exemplo de gerenciamento da crise

A Coreia do Sul foi considerada um exemplo do gerenciamento da crise sanitária provocada pelo coronavírus. Em fevereiro, o país chegou a ser o segundo mais afetado pela doença, ficando atrás apenas da China.

No entanto, as autoridades deram a volta por cima criando uma estratégia considerada exemplar e sem a necessidade de colocar toda a população em quarentena, como fizeram vários países ao longo desses meses de pandemia. O estrito método sul-coreano consiste em encontrar os possíveis infectados e isolá-los, submetendo-os a testes e tratamento no caso de terem sido contaminados. Aliado ao respeito da população às regras sanitárias, o país conseguiu até mesmo realizar uma eleição legislativa sem registrar aumento de casos.

Na última quarta-feira (6), o governo chegou a anunciar o relaxamento de algumas medidas impostas em março para conter a propagação do coronavírus. Locais públicos, como museus e galerias reabriram e campeonatos esportivos de futebol e beisebol reiniciaram.

Famílias preocupadas com a volta às aulas

As escolas deveriam ser reabertas nesta semana, mas as autoridades ainda não anunciaram se o aumento das contaminações pode atrapalhar os planos da volta progressiva à normalidade. A exemplo do que acontece na França, mães e pais de alunos estão preocupados com a situação. Em uma petição online publicada no site da presidência sul-coreana, 150 mil pessoas pedem um adiamento da volta às aulas, que deveria acontecer nesta quarta-feira (13).

O novo foco da doença na capital sul-coreana não ajudou a acalmar os ânimos. Por medida de precaução, a prefeitura de Seul pede o adiamento de uma semana da reabertura das escolas. O Ministério da Educação deve realizar um pronunciamento sobre essa questão na terça-feira (12), mas, ao que tudo indica, as atividades escolares devem provavelmente ser prejudicadas com o aumento das contaminações no país.