Velório de George Floyd será aberto ao público por algumas horas em Houston
Após as homenagens ocorridas nos últimos dias em Minneápolis e na Carolina do Norte, o corpo de George Floyd chegou neste fim de semana a Houston, no Texas, onde ele cresceu e será sepultado na terça-feira (9). Estão programados dois dias de cerimônias organizadas pela empresa funerária Fort Bend Memorial Planning Center. Nesta segunda-feira (8), haverá um velório aberto ao público durante seis horas na igreja Fountain of Praise Church.
Thomas Harms, correspondente da RFI em Houston
Os preparativos para os funerais do agente de segurança negro George Floyd, 46 anos, morto asfixiado pelo policial branco Derek Chauvin no dia 25 de maio, em Minneápolis, lembram os de um chefe de Estado. Segundo Bobby Swearington, dono da funerária que organizou todas as homenagens ocorridas até agora, os rituais previstos em Houston serão certamente os maiores que sua empresa já realizou. "Durante seis horas, na segunda-feira, pessoas anônimas poderão se recolher diante do caixão de Floyd e prestar suas condolências", disse Swearington à reportagem da RFI.
Ele conta que 10 mil cartões foram impressos e estarão à disposição do público para o registro de mensagens de pêsames. "Quem quiser poderá prestar condolências à família", explicou. Swearington diz que tem recebido coroas de flores e doações em dinheiro para os familiares de Floyd. Ele deixou duas filhas, uma delas de 6 anos, que mora com a mãe em Houston.
"Pessoas de todo o país querem vir a Houston para o funeral. Há vários dias, nos perguntam como comprar ingressos para a cerimônia, mas já dissemos que não é possível. Depois do velório, Floyd vai repousar ao lado de sua mãe. Sabemos que muita gente virá à cidade, por isso as medidas de segurança serão rigorosas. Haverá muitos policiais. Várias agências vão trabalhar em cooperação para garantir a segurança de todos."
A companhia aérea Delta Airlines fretou um jatinho para transportar o caixão com o corpo de Floyd e a equipe da funerária de Minneápolis para a Carolina do Norte e depois para Houston. O sepultamento, na terça-feira, marcado para 11h no horário local, será fechado ao público.
LaTorria Lemon trabalha com o diretor da Fort Bend Memorial Planning Center na organização do cerimonial. Ela explicou à RFI o que está programado.
"A cerimônia da terça-feira será o verdadeiro funeral. Na segunda-feira, haverá o velório aberto durante algumas horas. Os visitantes poderão passar ao lado do caixão, prestar suas condolências e deixar o recinto. Nossa prioridade é que todos, e não apenas a família, permaneçam em boas condições de saúde. Haverá distanciamento físico [por causa da epidemia de coronavírus] e uso de máscaras. Apenas 15 pessoas poderão entrar na igreja de cada vez. Muitos agentes vão nos ajudar na organização dos deslocamentos e da passagem do público. Ninguém poderá ficar mais de dez minutos no santuário."
Trump ordena retirada da Guarda Nacional de Washington
A morte de Floyd gerou uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial que se espalhou pelo mundo. Manifestações têm acontecido diariamente e levaram algumas cidades americanas a adotar toque de recolher. O crime reacendeu um debate sobre a desigualdade de que é vítima a comunidade negra em vários países e historicamente nos Estados Unidos.
O promotor que investiga o caso endureceu as acusações contra o policial que asfixiou o segurança e decidiu também processar os outros três agentes presentes no incidente. Chauvin, que pressionou o joelho contra o pescoço de Floyd durante quase nove minutos, foi acusado de homicídio culposo, mas será processado também por homicídio sem premeditação, uma acusação que se soma às existentes e é punida com penas mais severas. Além disso, o promotor acusará os outros três policiais que estavam no local —Tou Thao, de 34 anos; J. Alexander Kueng, de 26 anos; e Thomas Lane, de 37 anos—, por ajudarem e instigarem um homicídio sem premeditação.
Neste domingo (7), o presidente Donald Trump ordenou a retirada da Guarda Nacional de Washington, alegando que a situação está sob controle. Milhares de pessoas se manifestaram no sábado (6) na capital federal de forma pacífica, sem incidentes. Um grupo de direitos humanos entrou com uma ação contra Trump depois que as forças de segurança dispararam gás lacrimogêneo em um protesto pacífico. No fim de semana passado, houve tumultos, com saques, em paralelo às manifestações.
Com informações de agências
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