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Movimento antirracista: L'Oréal vai retirar termos como 'clareador' de seus produtos

Logo da L"Oréal em loja em Nova York (EUA) - SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Logo da L'Oréal em loja em Nova York (EUA) Imagem: SOPA Images/LightRocket via Getty Images

27/06/2020 10h40

A gigante francesa do setor de cosméticos L'Oréal decidiu remover alguns termos, como "clareador", da descrição de seus produtos, em um contexto mundial de protestos antirracismo. A decisão foi anunciada hoje. Após as manifestações contra a morte de George Floyd nos Estados Unidos, várias marcas internacionais decidiram rever sua estratégia de marketing e identidade visual.

"O grupo L'Oréal decidiu remover os termos branco/branqueador (white/whitening), claro/clareamento (fair/fairness, light/lightening) de todos os seus produtos destinados a homogeneizar a pele", afirmou a empresa no comunicado publicado em inglês, sem dar mais detalhes.

Não se sabe ainda, por exemplo, se os produtos serão retirados imediatamente das lojas. No Brasil, por exemplo, a marca comercializa o produto RevitaLift, um fluido corretor "clareador" que "além de oferecer uma ação antirrugas e mais firmeza, auxilia no clareamento da pele".

A decisão foi tomada depois que a filial indiana da Unilever anunciou na última quinta-feira (25) que mudaria o nome de seu creme para clarear a pele, "Fair&Lovely" (algo como "Clara&Bonita"), diante de uma campanha considerada racista.

A multinacional anglo-holandesa do setor de alimentação e cosméticos prometeu não usar mais o termo "claro" ("fair"), afirmando estar "comprometida em celebrar todos os tons de pele".

Protestos antirracistas

A relevância dos protestos contra o racismo no mundo todo, deflagrados após a morte de George Floyd, um homem negro sufocado por um policial branco em Mineápolis em 25 de maio, está aumentando a pressão sobre as empresas. Além das duas multinacionais citadas, várias companhias nos Estados Unidos anunciaram planos de modificar sua identidade visual. O grupo Mars, que produz o arroz Uncle Ben's, afirma estar refletindo sobre uma evolução da marca.

A tendência também chega ao setor de entretenimento. Produtoras prometem que não contratarão mais atores brancos para dublarem personagens negros ou de outras minorias étnicas, como na série Os Simpsons. O estúdio Fox, que produz o mundialmente conhecido desenho animado, declarou ontem que "irá evoluir" e que personagens como o indiano Apu ou o Dr. Hibbert não serão mais dublados, na versão original em inglês, por atores brancos.

O anúncio da Fox ocorre na esteira de decisões similares adotadas pela Netflix ("Big Mouth") ou pela Apple TV+ ("Central Park").

(Com informações da AFP.)