EUA: Trump causa alvoroço ao recusar transição pacífica caso perca as eleições
Donald Trump tensionou a classe política nos Estados Unidos ao se recusar a garantir uma passagem pacífica do poder se perder a eleição presidencial dos Estados Unidos para Joe Biden, em 3 de novembro.
Bastou uma pergunta, durante uma entrevista coletiva na Casa Branca na quarta-feira (23), para tensionar um pouco mais o debate político norte-americano, menos de seis semanas antes da eleição presidencial.
Donald Trump foi questionado sobre o que faria no caso de uma derrota contra Joe Biden em 3 de novembro: "Você se compromete com uma transferência pacífica de poder? " Resposta do chefe de Estado: "Teremos de ver o que acontecerá. "
Trump acrescentou, após sua resposta evasiva, que ainda tinha muitas dúvidas sobre o voto por correio, um método amplamente utilizado este ano por causa da epidemia de coronavírus. O presidente norte-americano vê isso como uma fonte de fraude potencial e vem aumentando as críticas a respeito do tema há semanas. "Livre-se dessas cédulas de papel e não haverá problemas", disse.
Críticas até no campo conservador
Ao se recusar a se comprometer com uma transição pacífica de poder, o candidato republicano à reeleição recebeu várias críticas, a começar por seu adversário democrata. "Em que país vivemos? Não estou brincando. Quer dizer, em que país estamos? Ele diz as coisas mais irracionais, não sei o que dizer", respondeu Joe Biden.
No campo conservador, a posição de Donald Trump também é criticada. O senador Mitt Romney, candidato republicano derrotado por Barack Obama nas eleições presidenciais de 2012, protestou no Twitter: "A transferência pacífica do poder é fundamental para a nossa democracia; sem ela, é a Bielorrússia [Belarus]. Qualquer sugestão de um presidente de que ele possa fugir dessa garantia constitucional é impensável e inaceitável."
O líder da maioria republicana no Senado dos Estados Unidos, Mitch McConnell, entretanto, reassegurou: "Quem ganhar as eleições de 3 de novembro será empossado em 20 de janeiro. Haverá uma transição suave, como temos a cada quatro anos, desde 1792."
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