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Quem são os "Proud Boys", citados no debate entre Trump e Biden?

Enrique Tarrio (de boné), presidente do grupo "End Domestic Terrorism", ligado ao "Proud Boys",  - JIM URQUHART/REUTERS
Enrique Tarrio (de boné), presidente do grupo "End Domestic Terrorism", ligado ao "Proud Boys", Imagem: JIM URQUHART/REUTERS

01/10/2020 05h30

Aos 41 minutos do caótico primeiro debate entre os candidatos à presidência dos EUA, na segunda-feira (29), o tema lançado é a respeito dos grupos de extrema direita e esquerda que estão por trás de muitas manifestações violentas no país. O jornal Le Figaro investiga quem são os "Proud Boys", mencionados por Donald Trump.

O mediador Chris Wallace pergunta ao candidato republicano: "você tem acusado Joe Biden por não criticar o Antifa [antifascistas] e outros grupos de extrema-esquerda. Mas você está disposto a condenar supremacistas brancos e milícias e dizer a eles para se acalmar e não acrescentar violência como vimos em cidades como Kenosha e Portland".

Trump concorda, mas retruca que a violência que vê vem da extrema-esquerda. E a um certo momento, manda um recado enigmático: "Proud Boys [rapazes orgulhosos, em tradução livre], recuem, preparem-se". Quem são esses rapazes orgulhosos? A explicação é do jornal francês Le Figaro.

"Trata-se de uma organização americana de extrema-direita, que se autodenomina uma fraternidade, um 'clube de homens', que assume posições pró-Trump", relata o Figaro. "A organização foi descrita como 'um grupo de ódio' pelo Southern Poverty Law Center, uma associação que monitora grupos de extrema-direita", acrescenta o jornal francês.

A organização estaria por trás da recente escalada de violência em comícios políticos realizados em universidades e em cidades como Charlottesville, Virginia, Portland, Oregon e Seattle, Washington".

Marca pede que extremistas deixem de usar seus produtos

Os "Proud Boys", explica Le Figaro, cultuam um ideal de força, em grande parte impregnado de misoginia e racismo. O grupo defende o porte de arma de fogo, a violência, o "empreendedorismo" e a "dona de casa", enquanto se opõe ao "politicamente correto" e à imigração.

Muitos "proud boys" podem ser reconhecidos pelas camisas polo da marca Fred Perry, na cor preta, com detalhes amarelos. A grife já chegou a pedir que o grupo deixe de usar seus produtos. Em setembro de 2020, Fred Perry anunciou que estava parando de vender suas camisas polo na América do Norte e no Canadá.