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Depois de vencer covid-19, Trump corre atrás de liderança de Biden nas pesquisas

Oito dias após testar positivo para covid-19, o presidente dos EUA, Donald Trump, discursou em evento na Casa Branca - Samuel Corum/Getty Images/AFP
Oito dias após testar positivo para covid-19, o presidente dos EUA, Donald Trump, discursou em evento na Casa Branca Imagem: Samuel Corum/Getty Images/AFP

11/10/2020 07h43

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surgiu ontem sem máscara diante de centenas de apoiadores na sacada da Casa Branca e disse que se sente "muito bem", em seu primeiro evento público, desde que teve o diagnóstico positivo para a covid-19. Ele tenta agora recuperar a desvantagem em relação ao seu rival, o democrata Joe Biden, antes das eleições presidenciais de 3 de novembro.

Ao tentar relançar sua campanha para a presidência e reduzir sua desvantagem nas pesquisas de opinião, Trump afirmou: "Eu me sinto genial." Nove dias depois de anunciar seu diagnóstico positivo, Trump não é mais contagioso, segundo o médico que o acompanha, Sean Conley.

O evento de sábado, o primeiro depois da internação, preparou o cenário para a volta de Trump aos atos de campanha da próxima semana, apesar das preocupações com a sua recuperação. Além de um comício previsto para segunda-feira (12) na Flórida, Trump participará de outros dois atos: terça-feira, na Pensilvânia, e na quarta-feira, em Iowa, informou seu comitê de campanha.

"Quero que saibam que nossa nação irá vencer este vírus terrível da China", afirmou o presidente para centenas de pessoas que participaram do evento ao ar livre, onde o uso de máscara foi obrigatório, mas houve pouco distanciamento social. A 25 dias das eleições e nove dias após ser diagnosticado com covid-19, Trump, 74, pediu: "Saiam e votem." Ele discursou por 18 minutos sobre lei e ordem.

Afetado por sua hospitalização por três noites na semana passada, o presidente está empenhado numa tentativa frenética de recuperar o terreno perdido para Biden, que as pesquisas apontam como favorito.

Vantagem democrata

Biden lidera com folga as pesquisas de intenção de voto e tem o apoio de mulheres e idosos, levando analistas a sugerirem, com cada vez mais confiança, uma vitória esmagadora do democrata. A doença de Trump intensificou as críticas ao presidente pela sua atitude e por como lidou com a pandemia.

No campo republicano, a preocupação é cada vez mais palpável. Alguns membros do partido estão abertamente alarmados com o desenrolar da campanha. "Se as pessoas estiverem aborrecidas no dia das eleições, poderíamos perder a Casa Branca e as duas câmaras do Congresso", advertiu o senador republicano Ted Cruz.

"Conduta pessoal imprudente", critica Biden

"Mais de 213 mil americanos morreram por causa desse vírus, e a realidade é que isto poderia ter sido evitado", tuitou o democrata no sábado. Antes, ele havia criticado a atitude de Trump: "Sua conduta pessoal imprudente desde o seu diagnóstico, o efeito desestabilizador que tem em nosso governo, é inconcebível."

Trump não parou de fazer campanha ontem, afirmando, falsamente, que a Covid-19 já tem cura. Também garantiu que os médicos lhe disseram que ele esteve perto de morrer no pior momento de seu tratamento contra o coronavírus.

Tentando passar uma imagem de força, Trump se recusou a participar do debate programado para a próxima semana, depois que os organizadores o mudaram para um formato on-line devido ao coronavírus.

A comissão encarregada de organizar os debates anunciou, posteriormente, o cancelamento do debate do dia 15, e haverá apenas um encontro presencial entre os dois antes das eleições, no dia 22 de outubro.

O cancelamento gerou uma série de acusações do lado republicano. O diretor de comunicação da campanha de Trump, Tim Murtaugh, disse que "não há razão médica para interromper" o debate de 15 de outubro.

(Com informações da AFP)