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Novo lockdown na Inglaterra deverá ser o mais difícil dos três, diz imprensa

Passageiro usa máscara de proteção no metrô de Londres - Reprodução
Passageiro usa máscara de proteção no metrô de Londres Imagem: Reprodução

05/01/2021 07h37

O novo lockdown decretado ontem na Inglaterra pelo primeiro-ministro Boris Johnson entrou em vigor hoje, ampliando o combate à covid-19 a todo o território britânico. A imprensa francesa analisa os desdobramentos da epidemia no país vizinho, depois de o Reino Unido ter sido o primeiro país do Ocidente a começar a vacinar sua população, em 8 de dezembro passado, com o imunizante da Pfizer/BioNTech.

A campanha nacional de imunização ganhou reforço ontem, com a aplicação da vacina produzida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.

"Acossado pela nova variante [do coronavírus], o Reino Unido está reconfinando", diz o jornal "Libération". "Este novo confinamento, tão rigoroso quanto o posto em prática na primavera, prevê o fechamento das escolas e deve durar, se as condições permitirem, até meados de fevereiro", escreve o diário "Le Figaro".

Apenas um dia depois de pedir a milhões de alunos que voltassem para a sala de aula, Johnson anunciou que todas as escolas voltariam para o ensino a distância até meados de fevereiro, e os exames previstos para este período provavelmente não seguiriam como planejado.

O jornal econômico "Les Echos" recapitula os outros lockdowns decretados na Inglaterra: "A pressão ficou muito forte", estima o diário.

Na tentativa de conter a explosão de casos ligada ao surgimento de uma nova cepa do vírus no país, Johnson anunciou na televisão, na noite de ontem, um novo confinamento de toda a Inglaterra, o terceiro após os decretados em 23 de março e posteriormente em 5 de novembro do ano passado.

"Precisamos ir em direção a um lockdown nacional, que seja drástico o suficiente para conter a variante", determinou o primeiro-ministro. "Isso significa que esse governo está mais uma vez instruindo você a ficar em casa", acrescentou.

Nível de alerta 5

Para o jornal inglês "The Guardian", este confinamento será ainda mais difícil que os anteriores. Com escolas fechadas até meados de fevereiro, conforme Johnson advertiu, as próximas semanas "serão as mais difíceis até agora".

O Centro de Biossegurança inglês, que monitora a epidemia, recomendou mudar o nível de alerta da covid-19 de 4 para 5, o mais alto na escala, recapitula o jornal.

"Os novos números indicam que o Reino Unido poderá ultrapassar 100 mil mortes relacionadas à covid-19 antes do final do mês, se não houver uma ação urgente. O primeiro-ministro disse, mais uma vez, que as pessoas devem ficar em casa, e sair para exercícios apenas uma uma vez por dia. Todos os comércios não essenciais foram instruídos a fechar na noite de segunda-feira", escreve o "The Guardian."

O bloqueio vai durar pelo menos sete semanas, com medidas a serem revistas durante a sua duração. Mas qualquer relaxamento dessas medidas não deve entrar em vigor antes de 22 de fevereiro, frisa o diário inglês.

Alemanha e França tomam decisões importantes

O site do "Les Echos" lembra que a Alemanha decide hoje se estende para além de 10 de janeiro as limitações de movimentos no país. O país registrou 11.897 casos de contaminação e 944 mortes adicionais nas últimas 24 horas. No total, desde o início da pandemia, mais de 35 mil pessoas morreram em decorrência da covid-19.

Na França, o governo está tentando acelerar a campanha de vacinação após críticas muito fortes ao seu início demasiadamente lento. As hospitalizações por covid-19 estão em seu nível mais alto desde 21 de dezembro e continuaram a aumentar nas últimas 24 horas no território francês.

O Ministro da Saúde francês, Olivier Véran, entrevistado na rádio RTL, anunciou que os bombeiros e ajudantes domésticos com mais de 50 anos poderão ser vacinados. "Até o final de janeiro, estenderemos a vacinação a pessoas com mais de 75 anos", acrescentou, especificando que os procedimentos seriam simplificados.

Por enquanto, a França iniciou a imunização apenas de idosos e cuidadores de casas de repouso e profissionais da saúde que trabalham em hospitais.

Nos próximos dias, os franceses que desejam ser vacinados também poderão se manifestar por meio de uma plataforma. Os detalhes serão fornecidos na quinta-feira (7) em uma conferência de imprensa organizada com o primeiro-ministro Jean Castex.

Além disso, até a próxima semana, 300 postos de vacinação serão implantados no território —número que deve subir para 600 até o final de janeiro. "A velocidade de cruzeiro da vacinação alcançará a dos nossos vizinhos", prometeu o ministro da Saúde francês.