Imprensa europeia destaca nomeação de Marcelo Queiroga na Saúde
A imagem de Marcelo Queiroga, quarto ministro da Saúde nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro em pouco mais de dois anos de mandato, aparece em destaque nas manchetes dos portais europeus. Jornais, emissoras de rádio e televisão comentam nesta terça-feira (16) a nomeação do presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) no cargo antes ocupado pelo general Eduardo Pazuello, que não tinha a menor experiência na área médica, recorda a imprensa francesa.
O jornal Le Monde diz que Bolsonaro "se deu conta, à força, que existe a necessidade de vacinar a população brasileira" contra a Covid-19. "Pressionado pela gestão caótica da crise sanitária, o chefe de Estado brasileiro mudou recentemente seu discurso sobre a vacinação, admitindo que ela é fundamental para a retomada da atividade econômica no país", destaca a reportagem.
A nomeação de Queiroga ocorre no momento em que a epidemia se agrava no Brasil, segundo país no mundo em número de mortes, quase 280 mil, atrás apenas dos Estados Unidos. "Os hospitais estão à beira do colapso na maioria dos estados e mais de 2.000 mortes diárias foram registradas em várias ocasiões na semana passada", ressalta o Le Monde.
O novo ministro terá a delicada tarefa de tentar promover uma mudança de rumo na política de saúde do Brasil. Para o epidemiologista Mauro Sanchez, da Universidade de Brasília, ouvido pela reportagem, "sem controle da pandemia e com o surgimento de novas variantes, o Brasil é visto como uma ameaça global".
Brasil: epicentro do coronavírus
A agência Reuters informa em seu site em inglês que "Bolsonaro troca um general por um médico na Saúde", enquanto a Deutsche Welle enfatiza que o novo ministro irá seguir a mesma política de seu predecessor, de acordo com o anúncio de Bolsonaro. Ainda na Alemanha, o site da revista Der Spiegel anuncia o quarto ministro da Saúde brasileiro na pandemia salientando que o número de contaminados e de mortes é dramático. "O Brasil é um dos epicentros mundiais do coronavírus", escreve a publicação alemã.
O espanhol El País chama a atenção para as primeiras declarações de Queiroga. "Para não contrariar o novo chefe, o cardiologista disse, em sua primeira entrevista, concedida à emissora CNN, que o lockdown não pode ser 'política de governo' e só deve ser aplicado em situações extremas, sem detalhar se o Brasil se encontra em uma situação extrema, com recordes de mortes.
O português Público reporta que a médica Ludhmila Hajjar rejeitou o convite de Bolsonaro para o cargo no domingo. "Contudo, a cardiologista frisou que o seu perfil não se enquadrava no que o governo procurava", escreve o jornal de Lisboa, referindo-se à falta de "convergência técnica" no combate à pandemia.
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