Covid-19: cientistas pedem novos padrões de ventilação em edifícios
Quase 40 cientistas de todo o mundo apresentaram um documento pedindo "uma mudança de paradigma" de padrões de ventilação em edifícios, a fim de melhor lutar no futuro contra infecções respiratórias como a covid-19, transportadas por via aérea.
"No século 21, temos de lançar as bases para que o ar dos nossos edifícios seja limpo como esperamos da água que sai das nossas torneiras", escreveram em texto publicado pela revista americana Science, nesta quinta-feira (13).
Para eles, há "uma grande disparidade" entre as normas sanitárias estabelecidas pelos governos. Há rigor sobre alimentos e água, como testes de controle e leis de águas residuais, mas, no entanto, faltam regras sobre os patógenos transportados pelo ar.
A explicação mais usual é que sua origem é mais difícil de se determinar e suas consequências para a saúde, mais difusas.
No entanto, a inalação de partículas finas em suspensão contendo vírus é "potencialmente o modo dominante de transmissão de muitas infecções respiratórias", observam os especialistas.
"Durante décadas, arquitetos e engenheiros se concentraram no conforto térmico, controle de odores, gasto de energia e outras questões de desempenho, enquanto a prevenção de infecções foi negligenciada", escrevem os cientistas.
A única regra em uso no momento é a renovação de ar suficiente para evitar níveis excessivamente altos de CO2 gerados pela respiração dos ocupantes dos ambientes.
A Organização Mundial da Saúde também tem recomendações sobre a qualidade do ar interno para produtos químicos, mas nenhuma "para combater bactérias ou vírus cuja origem seja a respiração humana", acrescentam os signatários.
Filtros e luz ultravioleta
Na prática, "a filtração do ar pode ser feita incorporando filtros ao sistema de aquecimento, ventilação e ar condicionado, ou por purificadores de ar portáteis", destacam. A desinfecção também pode ser realizada por sistemas de luz ultravioleta.
"Certificados de ventilação" poderiam ser distribuídos para encorajar boas práticas e com informações sobre a qualidade do ar ambiente visíveis a todos, para aumentar a conscientização.
Os padrões estabelecidos devem ser diferentes de acordo com os locais e a intensidade das atividades que ali se praticam (pavilhões desportivos, cinemas, por exemplo).
Essas medidas terão um custo, admitem os pesquisadores, que deve ser comparado ao causado pelas epidemias, "que pode ser enorme".
"As estimativas apontam que os investimentos necessários devem aumentar os custos de construção de um edifício padrão em, no máximo, mais 1%", informa o texto.
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