Com controle da epidemia, França quer acelerar expulsões de clandestinos
O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu mais "eficácia" para expulsar estrangeiros em situação irregular. O governo francês teme o aumento do número de clandestinos no país com o controle, ainda que temporário, da epidemia de covid-19 no país.
O chefe de Estado francês solicitou aos ministros dessa área que ativassem "dispositivos em vigor" e intensificassem negociações com os países de origem para possibilitar o retorno de estrangeiros ilegais. O pedido foi feito durante uma reunião na quarta-feira (9). O encontro teve a participação do primeiro-ministro francês, Jean Castex, do ministro do Interior, Gerald Darmanin, do chanceler Jean-Yves Le Drian e de um representante do ministro da Justiça, Eric Dupond-Moretti.
"Os pedidos de asilo têm sido deturpados: os estrangeiros pedem sistematicamente asilo sabendo que a análise do dossiê vai durar meses e assumimos as despesas de maneira muita avantajosa", comentou um assessor do governo. "A imigração em nosso país é cada vez menos aceita", acrescentou. De 120 mil candidatos ao asilo por ano, 20 mil obtêm a condição de refugiados, 20 mil voltam para seus países de origem e 80 mil permanecem ilegalmente no território francês.
A expulsão de estrangeiros em situação irregular é dificultada por razões políticas, diplomáticas e midiáticas, reconhece a Presidência francesa, apesar da taxa de execução das decisões relativas às expulsões terem aumentado em um terço. No fim de 2020, ela estava entre 13% e 14%, contra 30% para a Europa. Ações de associações de defesa de direitos humanos, de ajuda aos imigrantes e até pedidos de parlamentares dificultam o processo no território francês.
Direto para o aeroporto
Macron, que no início do mandato, em 2017, visava uma taxa de execução das penas de expulsão de 100%, pediu rapidez na ativação de medidas operacionais excepcionais, priorizando o afastamento do território de estrangeiros em situação irregular, autores de atos de terrorismo, fichados por radicalização ou outras infrações graves.
O objetivo é levar os estrangeiros direto ao aeroporto depois que saírem da prisão, graças à coordenação dos serviços administrativos. De 1.115 estrangeiros em situação irregular e fichados por radicalização, 514 ainda estão em solo francês - muitos encarcerados. Desses, 400 estão sob vigilância e 601 deixaram o território. Cerca de 250 deles podem ser expulsos nas próximas semanas, segundo a Presidência francesa.
Os estrangeiros presos por delitos serão enviados para seus países de origem automaticamente. Segundo o governo francês, eles vêm principalmente da Argélia, Marrocos, Tunísia, Rússia e de outros países da África. A França também quer exigir, a partir de agora, que o teste PCR seja realizado na chegada, e não saída do país, o que criará um controle suplementar.
Com informações da AFP
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