Na Alemanha, futuras medidas de lockdown deverão valer só para não vacinados
Em caso de nova onda epidêmica na Alemanha, as medidas de restrição para conter a circulação da covid-19 não serão aplicadas às pessoas que receberam duas doses da vacina.
A declaração foi dada pelo ministro da Saúde, Jens Spahn, durante uma entrevista coletiva hoje.
O diretor do gabinete de Angela Merkel, Helge Braun, já havia mencionado essa hipótese ontem. "Se as pessoas vacinadas estiverem em algum lugar, não colocam as outras em perigo, não há nenhuma razão para reduzir os contatos nesse caso", disse Braun à rádio MDR.
O ministro da Saúde alemão voltou a pedir aos alemães hoje que se vacinem completamente, e não se "contentem" de apenas uma dose. "Quanto mais injeções, mais favorável será o outono", declarou.
O governo e as regiões alemãs deverão seguir a recomendação da comissão de vacinação para completar uma primeira dose de AstraZeneca com um imunizante da Modera ou Pfizer/BioNTech.
"Esta combinação gera um nível muito, muito elevado de proteção", inclusive contra a variante delta, "que já representa de 70 a 80% das infecções de covid-19", disse Spahn.
Seis meses depois do início da campanha de vacinação, 55% da população já recebeu pelo menos uma dose, ou seja, cerca de 46 milhões de pessoas. Pelo menos 37,3% da população receberam duas injeções dos imunizantes.
Casos crescem na Europa
Ontem, a OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou sobre nova onda iminente do vírus, com o fim de várias medidas anticovid nos países europeus.
"Na semana passada, o número de casos subiu 10% devido ao aumento dos contatos, às viagens e ao fim das restrições sociais. Haverá uma nova onda na região europeia, a não ser que continuemos sendo disciplinados", avaliou Hans Kluge, diretor da OMS para a região, que inclui uma vasta área de 53 territórios.
A OMS atribui a maioria desses casos à variante delta, surgida na Índia e muito mais contagiosa, que representará 90% dos casos na UE (União Europeia) até o final de agosto, estimou na semana passada o ECDC (Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças).
"Apesar dos esforços consideráveis dos Estados-membros, milhões de pessoas ainda não estão vacinadas" lembrou Kluge.
* Com informações da AFP
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