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Tempestade Elsa atinge Cuba e se dirige para a Flórida, após causar ao menos três mortes no Caribe

Imagem de satélite do furacão Elsa no Caribe - NOAA/via REUTERS
Imagem de satélite do furacão Elsa no Caribe Imagem: NOAA/via REUTERS

Domitille Piron

Correspondente da RFI, em Havana

05/07/2021 09h40Atualizada em 05/07/2021 10h47

Depois de atingir várias ilhas caribenhas e causar ao menos três mortes, a tempestade tropical Elsa atingiu Cuba neste domingo (4). Os ventos fortes e chuvas torrenciais continuarão se abatendo sobre a ilha durante esta segunda-feira (5), antes de seguirem rumo à Flórida, no sudeste dos Estados Unidos.

Desde a manhã de domingo, os cubanos estão em estado de alerta e a situação é acompanhada de perto pelas autoridades. A Defesa Civil decretou um "alarme ciclônico" para 11 das 15 províncias. Há vários dias as autoridades trabalham para antecipar os danos que a tempestade pode causar.

Regularmente, o serviço de meteorologia divulga boletins atualizando as informações sobre a situação. "O volume de chuvas aumenta e isso vai continuar ao leste do país. A intensidade dos ventos e o tamanho das ondas vão se intensificar. A ressaca do mar será forte, com ondas de 4 a 6 metros de altura, provocando inundações do litoral", explica o meteorologista José Rubiera à RFI.

Mesmo preparados, os moradores temem as inundações. Elsa é a primeira tempestade tropical da temporada e os cubanos, disciplinados para enfrentar esse tipo fenômeno natural, se protegeram. Mais de 45.000 pessoas foram retiradas preventivamente de suas casas.

Ramon, que mora do lado leste da ilha, contou pelo telefone que já tomou todas as providências adequadas. "Devemos principalmente fechar bem as janelas, limpar os pátios, diminuir o número de galhos das árvores. Aqui, os rios transbordam com frequência. Os agentes municipais já passaram para limpá-los preventivamente e, se a água subir, nós já construímos um pequeno muro na frente da nossa porta", contou Ramon.

População teme a falta de alimentos

As fortes chuvas que caíram nas últimas semanas na ilha já provocaram sérios estragos, principalmente nos bairros populares de Havana, onde a população está preocupada. Mais do que o medo da tempestade Elsa, os moradores temem as perdas materiais provocadas pelas inundações e a falta de alimentos.

Elsa chega ao país no momento mais complicado da pandemia da Covid-19. A ilha caribenha de 11,2 milhões de habitantes acumula 204.247 infectados e 1.351 falecimentos em 15 meses.

Esta será a terceira tempestade que Cuba enfrenta durante a pandemia. Em novembro passado, a ilha foi atingida pela Eta e, em agosto de 2020, pelo furacão Laura, sem grandes danos em ambos os casos. Mas em setembro de 2017, o Irma assolou 13 províncias cubanas por 72 horas e deixou 10 mortos.

Mortes no Caribe

Ao passar por La Española, Elsa provocou duas mortes na República Dominicana. Um jovem de 15 anos morreu na região de Bahoruco na queda de um muro, e em Bani uma mulher de 75 anos foi vítima do desabamento de sua casa, segundo o Centro de Operações de Emergência (COE).

A terceira morte foi registrada em Soufriere, na ilha de Santa Lucía, no sul da Martinica, informou a Agência Caribenha de Gerenciamento de Emergências de Desastres (CDEMA) na noite de sábado (3).

O Haiti, muito vulnerável às intensas tempestades na região, não registrou mortes ou "danos graves", embora tenha havido perdas em algumas plantações, disse Jerry Chandler, diretor de Proteção Civil do país.

Na sexta-feira (2), Elsa se tornou o primeiro furacão da temporada do Atlântico, com ventos de mais de 120 km/h, embora no sábado tenha sido rebaixado para uma tempestade tropical. De acordo com previsões, ela deve "se dirigir para o centro e oeste de Cuba nesta segunda-feira e seguir em direção ao estreito da Flórida", observou pela manhã o NHC.

No sul da Flórida, a tempestade pode trazer chuvas, inundações e fortes rajadas de vento. A chegada de Elsa à região é uma má notícia para a cidade de Surfside, perto de Miami, onde a busca por vítimas continua após o desabamento de um prédio na semana passada que deixou até agora 24 mortos e 121 desaparecidos. A parte do edifício que ainda estava de pé foi demolida preventivamente nesse domingo, antes da passagem da tempestade tropical.