Franceses se mobilizam por conta própria para acolher refugiados afegãos
Dezenas de afegãos vem desembarcando na França, depois que os talibãs assumiram o poder em Cabul. Mas na ausência de uma política clara do governo francês, muitas famílias estão se organizando por conta própria para acolher esses refugiados.
Dezenas de afegãos vêm desembarcando na França, depois que os talibãs assumiram o poder em Cabul. Mas na ausência de uma política clara do governo francês, muitas famílias estão se organizando por conta própria para acolher esses refugiados.
"Esses franceses prontos para receber afegãos" é manchete no jornal Le Parisien desta sexta-feira (20), que conversou com pessoas que estão abrindo as portas de suas casas para receber os refugiados. É o caso da francesa Véronique, que já acolhe há algumas semanas um jovem afegão de 22 anos, que deixou o país antes da tomada de poder pelos talibãs.
Sensibilizada pelo que ocorre no Afeganistão, a francesa está disposta a receber ainda mais pessoas em sua casa, disponibilizando cômodos vazios a mais refugiados. Ela não é uma exceção entre as várias iniciativas voluntárias que se organizam neste momento, diante da demora da mobilização do governo francês. No município de Magny-les-Hameaux, na periferia de Paris, o prefeito socialista Bertrand Houillon, faz um apelo em prol da solidariedade e trabalha para a criação de centros de acolhimento de emergência.
O jornal Libération também destaca que em Marselha, no sul, uma curadora do Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo organiza o acolhimento de artistas afegãos e suas famílias. Para isso, uma série de burocracias são resolvidas às pressas, o que permitiu algumas pessoas serem recebidas, mas outras continuam refugiadas na embaixada da França em Cabul à espera de um voo. Afinal, segundo Libé, se o presidente Emmanuel Macron prometeu ajudar todos os que se sentem ameaçados, nenhuma pista foi dada até o momento de como e quando essa ajuda vai se materializar.
Situação trágica de migrantes em Paris
A reportagem do Libération conversou com afegãos que deixaram o país meses antes da atual crise e perambulam pelas ruas de Paris, sem ter onde se alojar e sendo alvo de batidas policiais em praças e pontes, onde tentam passar a noite. Em entrevista ao jornal, um jovem de 26 anos conta que há uma semana foi acordado de madrugada com golpes de cassetete e bombas de gás lacrimogênio - uma intervenção filmada pela ONG Utopia 56, que realiza ações de apoio aos migrantes e denuncia as violências nas redes sociais.
O jornal La Croix lembra que mecanismos para acolher em urgência refugiados de guerra existem na França e na Europa. "Quanto tempo o governo vai demorar para fazer sua parte?", questiona o diário. "Enquanto o Reino Unido anunciou a intenção de acolher 20 mil afegãos, assim como o Canadá, até o momento, nem a França, nem a União Europeia anunciaram um objetivo desta magnitude", critica a matéria.
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