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EUA desistem de indenizar famílias separadas na fronteira com o México

Famílias de migrantes que abandonaram ações judiciais contra os EUA não descartam retomá-las no futuro - John Moore/Getty Images
Famílias de migrantes que abandonaram ações judiciais contra os EUA não descartam retomá-las no futuro Imagem: John Moore/Getty Images

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17/12/2021 07h50Atualizada em 17/12/2021 10h37

O governo dos Estados Unidos decidiu abandonar as negociações para indenizar as famílias de migrantes separadas na fronteira com o México, vítimas da política de "tolerância zero" do ex-presidente Donald Trump.

A decisão foi divulgada ontem pelos advogados das famílias e o Executivo americano. O governo americano reconhece o impacto da medida tomada pelo ex-presidente Donald Trump.

"Embora as partes não tenham conseguido chegar a um acordo neste momento, continuamos comprometidos em fazer justiça às vítimas desta política abominável", declarou o Departamento americano de Justiça, em um comunicado.

As famílias que abandonaram as ações judiciais não descartam a possibilidade de retomá-las no futuro. Elas pedem que sejam indenizadas por "danos psicológicos", e anunciaram que darão continuidade ao processo.

"Voltaremos ao tribunal", disse Lee Gelernt, vice-diretor do Projeto de Direitos dos Imigrantes da Aclu (União de Liberdades Civis Americanas), que abriu um dos processos.

"O trauma infligido a essas crianças e pais pelas mãos de nosso próprio governo é inimaginável. Temos que fazer o que é certo", continuou, lamentando que "o governo Biden permitiu que a política interferisse na ajuda às crianças abusadas deliberadamente".

Depois de assumir a presidência em janeiro, prometendo uma abordagem mais "humana" à imigração, o hoje presidente Joe Biden colocou um fim à política de "tolerância zero" de Trump na fronteira com o México.

Biden apoia indenização

No final de outubro, o jornal Wall Street Journal informou que os EUA estavam negociando uma indenização com as famílias afetadas que haviam processado o governo, adiantando que os pagamentos podiam chegar a US$ 450 mil.

Biden descartou o valor anunciado em novembro, mas disse que apoia a indenização para famílias de migrantes separadas.

O governo dos EUA disse em junho que 3.913 crianças separadas das famílias foram identificadas na fronteira EUA-México durante a administração Trump.

Cerca de 1.786 delas foram devolvidas às famílias, enquanto os esforços de uma força-tarefa criada por Biden para promover as reunificações continuavam.

As detenções de pessoas sem documentos na fronteira sul dos Estados Unidos atingiram números recordes nos últimos anos, a maioria vinda da América Central e do México.

* Com informações da AFP