EUA desistem de indenizar famílias separadas na fronteira com o México
O governo dos Estados Unidos decidiu abandonar as negociações para indenizar as famílias de migrantes separadas na fronteira com o México, vítimas da política de "tolerância zero" do ex-presidente Donald Trump.
A decisão foi divulgada ontem pelos advogados das famílias e o Executivo americano. O governo americano reconhece o impacto da medida tomada pelo ex-presidente Donald Trump.
"Embora as partes não tenham conseguido chegar a um acordo neste momento, continuamos comprometidos em fazer justiça às vítimas desta política abominável", declarou o Departamento americano de Justiça, em um comunicado.
As famílias que abandonaram as ações judiciais não descartam a possibilidade de retomá-las no futuro. Elas pedem que sejam indenizadas por "danos psicológicos", e anunciaram que darão continuidade ao processo.
"Voltaremos ao tribunal", disse Lee Gelernt, vice-diretor do Projeto de Direitos dos Imigrantes da Aclu (União de Liberdades Civis Americanas), que abriu um dos processos.
"O trauma infligido a essas crianças e pais pelas mãos de nosso próprio governo é inimaginável. Temos que fazer o que é certo", continuou, lamentando que "o governo Biden permitiu que a política interferisse na ajuda às crianças abusadas deliberadamente".
Depois de assumir a presidência em janeiro, prometendo uma abordagem mais "humana" à imigração, o hoje presidente Joe Biden colocou um fim à política de "tolerância zero" de Trump na fronteira com o México.
Biden apoia indenização
No final de outubro, o jornal Wall Street Journal informou que os EUA estavam negociando uma indenização com as famílias afetadas que haviam processado o governo, adiantando que os pagamentos podiam chegar a US$ 450 mil.
Biden descartou o valor anunciado em novembro, mas disse que apoia a indenização para famílias de migrantes separadas.
O governo dos EUA disse em junho que 3.913 crianças separadas das famílias foram identificadas na fronteira EUA-México durante a administração Trump.
Cerca de 1.786 delas foram devolvidas às famílias, enquanto os esforços de uma força-tarefa criada por Biden para promover as reunificações continuavam.
As detenções de pessoas sem documentos na fronteira sul dos Estados Unidos atingiram números recordes nos últimos anos, a maioria vinda da América Central e do México.
* Com informações da AFP
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.