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Após Irã e Venezuela, México autoriza vacina Abdala contra covid-19

Uso da vacina Abdala foi autorizado em caráter de emergência; o México faz parte de um grupo restrito de países que aprovaram o imunizante, que não tem o aval da OMS - Divulgação/Governo estadual de São Paulo
Uso da vacina Abdala foi autorizado em caráter de emergência; o México faz parte de um grupo restrito de países que aprovaram o imunizante, que não tem o aval da OMS Imagem: Divulgação/Governo estadual de São Paulo

Ana María Ospina

31/12/2021 13h23Atualizada em 31/12/2021 14h44

A vacina Abdala de Cuba contra a Covid-19 começará a ser administrada no México. O uso do imunizante elaborado pela empresa farmacêutica BioCubaFarma foi autorizado em caráter de emergência no país pelo órgão responsável mexicano. O país faz parte de um grupo restrito de nações que aprovaram o imunizante que ainda não tem o aval da OMS (Organização Mundial de Saúde) .

A Abdala é uma das três vacinas anticovid desenvolvidas na ilha caribenha, ao lado da Soberana 2 e Soberana Plus. A vacina cubana Abdala é baseada em uma proteína recombinante, a mesma técnica utilizada pela empresa norte-americana Novax. O imunizante deve ser aplicado em três doses e é mais de 90% eficaz na prevenção da doença com sintomas, de acordo com cientistas cubanos.

Abdala está sendo utilizado atualmente em Cuba, Nicarágua, Venezuela, Irã e Vietnã. O México poderá em breve entrar nesta lista após receber a autorização da Comissão Federal de Proteção contra Riscos Sanitários (COFEPRIS). Até o momento, 56% da população do México está imunizada contra a Covid-19.

"Há muito tempo existe um bom relacionamento entre o México e o governo cubano. Também do ponto de vista científico. Acho que isto facilitou a aprovação um pouco mais rápida do que o que está acontecendo em outros países", explica José Ángel Córdova, médico e ex-secretário de saúde mexicano.

Outra fonte de abastecimento

O governo federal ainda não anunciou se planeja adquirir a vacina cubana. Se o fizer, Abdala seria a décima vacina para combater o coronavírus no país, onde a variante ômicron está causando um novo aumento de casos.

"Eles estão vendo [na Abdala] outra fonte possível de vacinas que poderiam ser obtidas caso a pandemia continue a se arrastar", explica Córdova.

"Alguns dos imunizantes não foram realmente aprovados com tudo o que é exigido cientificamente", salienta ele. Abdala não foi aprovado pela OMS, como foram as vacinas da Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Janssen.

Ainda que os cientistas cubanos digam que seus três imunizantes têm eficácia maior que 90%, os dados não foram verificados por especialistas externos independentes. Esta é a razão para que nenhuma das vacinas cubanas tenha recebido homologação da OMS.

"Temos que esperar e ter todas provas sólidas para comprovar sua eficácia e ausência de efeitos colaterais. No caso desta vacina, não conheço nenhum estudo publicado, mas sabemos que o governo cubano vem trabalhando muito na área da saúde e pesquisa há muitos anos", acrescenta o ex-secretário de saúde mexicano.

O México tem 126 milhões de habitantes e pouco mais da metade deles está totalmente vacinada contra a Covid-19.