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Show com sambistas escandaliza religiosos; príncipe abre inquérito na Arábia Saudita

Show de samba com passistas consideradas "nuas demais" viralizou e gerou enorme polêmica na Arábia Saudita - Redes sociais
Show de samba com passistas consideradas "nuas demais" viralizou e gerou enorme polêmica na Arábia Saudita Imagem: Redes sociais

09/01/2022 11h20Atualizada em 10/01/2022 15h21

Um show de samba com passistas consideradas "nuas demais" viralizou e gerou enorme polêmica esta semana na Arábia Saudita. O caso acabou forçando as autoridades locais a abrirem uma investigação neste reino conservador do Golfo. A monarquia muçulmana recentemente se abriu para grandes eventos esportivos e festivais de entretenimento, aprovados por parte da população, mas que enfurecem os religiosos mais conservadores.

O vídeo de três sambistas dançando nas ruas de Jazan, uma região costeira do sudoeste da Arábia Saudita, viralizou nas redes sociais saudistas esta semana. Diante da agitação dos conservadores, o príncipe de Jazan ordenou na sexta-feira (7) a abertura de um inquérito e a implementação de "medidas necessárias para prevenir qualquer abuso", sem especificar quais seriam essas medidas.

Veja o vídeo:

As imagens mostram as mulheres vestidas com o icônico traje de penas coloridas. Elas estão com as pernas, parte da barriga e os braços nus, mas, certamente, mais cobertas do que o habitual em um Carnaval carioca. A nacionalidade das passistas não foi revelada.

O canal de TV estatal El-Ekhbariya transmitiu as imagens desfocando os corpos das jovens.

"Os programas são voltados para o entretenimento, não para atacar a boa moral e comportamentos contrários à religião e à moral da sociedade", criticou um morador de Jazan entrevistado pelo canal.

Nas redes sociais sauditas, os internautas têm opinião dividida: muitos se indignaram pedindo às autoridades que reprimissem e retirassem o vídeo, e outros, ao contrário, consideraram a polêmica "exagerada".

Descontentamento com reformas

Sob a liderança do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, considerado "reformista", o reino ultraconservador acelerou a organização de grandes eventos esportivos e de entretenimento, em um país com uma imagem global muito austera.

As reformas despertaram o descontentamento de partidários da linha dura religiosa. Em novembro de 2019, um ataque com faca feriu quatro membros de uma trupe de teatro espanhol em Riad. O autor foi executado em abril de 2020.

Embora o país tenha se aberto ao entretenimento, a "mudança" proposta pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman foi acompanhada, em contrapartida, por um retrocesso político implacável, com ONGs ocidentais regularmente denunciando as violações dos direitos humanos na Arábia Saudita.

(Com AFP)

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WALMOR BARBOSA MARTINS JR

Esse pessoal não cansa de fazer o Brasil passar vergonha.

Francisco Semeraro jr

O Povo é quem decide o que quer. Forçar usos, costumes, religiões gera rejeição no sentido contrário.


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