Biden completa um ano de presidência com reformas bloqueadas e popularidade em baixa
O presidente norte-americano Joe Biden completa nesta quinta-feira (20) um ano à frente da Casa Branca. O chefe de Estado apresenta um balanço aquém das promessas de campanha, com reformas bloqueadas, inflação em alta e popularidade em baixa.
Biden começou seu mandato prometendo unir o país. Mas um ano depois, a fratura persiste nos Estados Unidos e o próprio chefe de Estado já deixou de lado o tom apaziguador e enfrenta há dias uma disputa ferrenha com os republicanos, que bloqueiam suas tentativas de reforma.
No plano interno, Biden teve que enterrar duas medidas emblemáticas apenas nos últimos dois meses: a reforma que visava proteger por uma lei o acesso ao voto das minorias e a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 nas empresas do setor privado com mais de 100 funcionários. O primeiro projeto não avançou em razão de uma maioria insuficiente para bancar a medida no Parlamento e o segundo foi freado pela Suprema Corte e acusada de abusiva pelos republicanos.
Para completar, a pandemia de Covid-19, que o presidente prometeu controlar, não dá trégua. Os Estados Unidos já registram 850 mil mortos e continuam sendo o país do mundo com o maior número de óbitos e apenas 62% da população vacinada.
No plano internacional, o prestígio americano que o presidente prometeu restaurar não parece impressionar os aliados dos Estados Unidos, muito menos os rivais russos e chineses, que o desafiam abertamente. Além disso, a operação de retirada das forças norte-americanas do Afeganistão foi vista como caótica.
Inflação recorde
No âmbito econômico o balanço não é melhor. O país registra a inflação mais alta em quarenta anos, algo que preocupa cada vez mais a população.
Mesmo assim, Biden tenta se mostrar otimista e declarou esta semana nas redes sociais que "a América está novamente em movimento".
No entanto, os norte-americanos parecem menos convencidos. O presidente, que começou o mandato com um índice de aprovação de cerca de 55%, viu sua popularidade cair para 42% um ano após sua posse.
A data de 20 de janeiro é simbólica, pois marca um aniversário. Mas o compromisso mais importante acontece em 1° de março, com o tradicional discurso do Estado da União, uma espécie de prestação de contas no Congresso. Especialistas já temem que se até lá Biden não inverter a tendência até lá, as eleições legislativas de novembro ("midterms") poderiam representar um perigo para os democratas, com grandes chances de que os republicanos retomem facilmente o controle do Legislativo.
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