Rússia não aceita operação humanitária imediata em Mariupol, apesar da negociação
Horas após a Rússia ter se comprometido a reduzir as ações militares na região da capital da Ucrânia, Vladimir Putin mostrou não estar pronto para um cessar-fogo durante conversa telefônica com o presidente francês Emmanuel Macron nesta terça-feira (29). Depois da ligação, o governo francês disse a imprensa que não há condições para lançar nos próximos dias uma operação humanitária para ajudar os 170 mil ucranianos que seguem em Mariupol.
A cidade portuária no leste da Ucrânia, alvo de intensos ataques desde fevereiro, está sitiada pelo Exército russo. A população que continua no local não tem acesso a eletricidade, aquecimento, fontes de água ou de comida.
Durante a conversa de quase uma hora, Macron apresentou uma proposta de evacuação desses civis a Putin que, segundo a Presidência francesa, disse que "pensaria sobre isso" antes de dar uma resposta. O russo impõe como condição que os combatentes nacionalistas ucranianos deponham suas armas, colocando fim à resistência.
Segundo o Kremlin, Putin voltou a mencionar a exigência de que os países europeus paguem pelo gás russo em rublos, e não mais em euros ou dólares. Na sexta-feira (25), os países do G7 recusaram, alegando que esta forma de pagamento estaria fora das cláusulas do contrato estabelecido com Moscou.
Macron deve agora ligar para o ucraniano Volodymyr Zelensky, e coordenar as conversas.
O Palácio do Eliseu não quis comentar os resultados das negociações desta terça entre a Rússia e a Ucrânia, um pouco mais cedo, em Istambul.
Avanços 'significativos'
Na conversa na Turquia, os negociadores da Rússia se comprometeram a reduzir a atividade militar em torno de Kiev após a Ucrânia oferecer em troca a sua neutralidade na região.
Após a reunião na Turquia, o vice-ministro da Defesa russo, Alexánder Fomín, disse que "as negociações sobre um acordo de neutralidade e o status não nuclear da Ucrânia passam a ter uma dimensão prática".
No entanto, o negociador ucraniano, David Arakhamia, quer uma garantia internacional de segurança de seu território para assinar um acordo de neutralidade com a Rússia.
As conversas foram satisfatórias para Arakhamia, que afirmou existirem agora condições "suficientes" para uma cúpula entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o russo, Vladimir Putin.
Entretanto, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, colocou em dúvida a "seriedade" da Rússia nas negociações de paz. "Não vi nada que sugira que esteja avançando efetivamente por parte da Rússia", disse o representante de Washington em coletiva de imprensa no Marrocos.
Já faz mais de um mês que Putin ordenou a entrada de tanques na Ucrânia, com a intenção de derrubar o governo democrático de Kiev. Os combates já obrigaram mais de 10 milhões de pessoas (cerca de um quarto da população do país) a abandonar suas casas e, segundo Zelensky, deixaram ao menos 20.000 mortos.
(Com informações da AFP)
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