Chanceler francês fala de 'carnificina' em Mariupol: 'Não se negocia com um revólver na cabeça'
O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, pediu um cessar-fogo imediato em Mariupol, na Ucrânia. Para o chefe da diplomacia da França, essa é uma condição indispensável para que as discussões de paz avancem.
"Não se negocia com um revólver na cabeça", reiterou.
Em entrevista exclusiva à RFI e ao canal de televisão France 24, o chanceler francês se mostrou pessimista sobre a situação na Ucrânia. Segundo ele, apesar dos anúncios feitos na véspera por Moscou, que prometeu a redução das atividades militares nos arredores de Kiev e no norte ucraniano, as tensões não diminuíram.
"A guerra continua. Por enquanto, não há, que eu saiba, nem avanço nem novidade", resumiu. "É preciso um cessar-fogo imediato em Mariupol, pois o que acontece naquela naquele lugar é uma carnificina", lançou o ministro, fazendo referência à cidade portuária do sudeste ucraniano, na qual 170 mil pessoas continuam sitiadas sob bombardeios constantes, sem eletricidade, sem acesso à água potável ou sistema de aquecimento.
Para o chanceler francês, a interrupção dos ataques é uma condição indispensável para qualquer tipo de discussão de paz avance.
"Não se negocia com um revólver na cabeça", disse.
No entanto, Le Drian insiste que, apesar da ajuda dos ocidentais e das inúmeras conversas telefônicas entre o presidente francês Emmanuel Macron e os líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Kiev deve ser o principal ator das discussões de paz.
"Eu não vou negociar no lugar dos ucranianos. Eles devem negociar com a Rússia", martelou.
Por isso, disse o chanceler, um encontro entre Putin e Zelensky seria algo positivo. "Mas por enquanto isso é impossível, pois o presidente russo se recusa", conclui.
Biden promete mais ajuda financeira a Zelensky
Enquanto isso, em uma conversa telefônica durante a tarde, Zelensky discutiu com o presidente norte-americano, Joe Biden, sobre novas medidas para tentar conter a guerra. "Falamos sobre apoio defensivo específico, um novo pacote de sanções melhorado e ajuda macrofinanceira e humanitária" para a Ucrânia, disse o representante de Kiev.
O chefe de Estado norte-americano, por sua vez, prometeu a Zelensky que Washington fornecerá à Ucrânia cerca de US$ 500 milhões em ajuda direta.
* Com AFP
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