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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Massacre em Bucha revela 'lado cruel' das tropas russas, diz presidente da Comissão Europeia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen - John Thys/AFP
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen Imagem: John Thys/AFP

08/04/2022 15h23Atualizada em 08/04/2022 15h38

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse nesta sexta-feira (8) que o massacre de dezenas de habitantes em Bucha mostra a crueldade do Exército russo, e prometeu ajudar a Ucrânia a defender a "fronteira da Europa."

A representante europeia viajou hoje ao país para demonstrar seu apoio ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Von der Leyen esteve em Bucha, onde os legistas iniciaram, nesta sexta-feira, a exumação dos corpos enterrados em valas comuns para a realização de autópsias. O trabalho é necessário para obter provas de que os soldados russos cometeram crimes de guerra na cidade, durante a invasão na Ucrânia.

As Forças Armadas ocuparam a cidade, situada na periferia de Kiev, durante mais de cinco semanas, antes de se retirar no final de março. A Rússia negou toda responsabilidade envolvendo a morte de civis e acusa as autoridades ucranianas de terem "armado" o massacre e "editado" as cenas que chocaram o mundo nos últimos dias.

Von der Leyen não escondeu sua emoção durante a visita. "O que aconteceu aqui é impensável", disse a representante europeia em entrevista à imprensa, em Bucha. "Vimos o lado cruel do exército de Putin. Vimos sua irresponsabilidade e cinismo durante a ocupação da cidade", declarou. "Os ucranianos defenderam a fronteira da Europa, a Humanidade e a democracia, e todos nós os apoiamos nesse combate", acrescentou. As imagens dos civis mortos em Bucha levaram os países ocidentais a impor novas sanções contra Moscou.

A representante europeia disse ainda que a UE ajudaria a Ucrânia a tomar as "medidas necessárias" para facilitar a adesão do país ao bloco. O presidente ucraniano pediu diversas vezes que os europeus analisassem a questão.

"Normalmente, são necessários anos antes que a UE aceite uma candidatura, mas a Ucrânia fez o processo em menos de duas semanas e espero que o bloco continue a avançar nessa direção", disse Von der Leyen, mais cedo, dentro do trem que a levava a Kiev. "Nosso objetivo é que a candidatura seja apresentada ainda neste verão (no meio do ano)", frisou.

Seis semanas após a invasão russa, a presidente da Comissão Europeia disse que espera que a Ucrânia "saia do conflito como um país democrático", e que os países da UE apoiariam Zelensky. "A Ucrânia não é um país invadido, dominado. Ainda há um governo, que recebe visitantes que chegam do exterior e é possível viajar para Kiev", acrescentou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell. O bloco prometeu uma ajuda de ? 500 milhões ao país nos próximos dias.

O objetivo da viagem era levar "apoio moral e financeiro" para Zelensky. Mas a outra meta da visita, explicou Borrell, foi detalhar as medidas destinadas a "isolar" a Rússia, que incluem um embargo sobre o carvão russo a partir de agosto. A viagem dos dois representantes da UE aconteceu no mesmo momento em que um tiro de míssil atingiu a estação de Kramatorsk, no leste do país, deixando cerca de 50 mortos e dezenas de feridos.

Reino Unido enviará mísseis

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou, nesta sexta-feira (8), o envio de mais mísseis antitanques e antiaéreos à Ucrânia, após o ataque à estação de trem ucraniana que o chanceler alemão, Olaf Scholz, de visita a Londres, qualificou como "atroz".

Afirmando que os "crimes da Rússia na Ucrânia não ficariam impunes", Johnson anunciou a entrega de material militar no valor de £ 100 milhões (US$ 130 milhões), incluindo mísseis antiaéreos Starstreak e outros 800 mísseis antitanques.

"É um crime de guerra atacar indiscriminadamente os civis e os crimes da Rússia na Ucrânia não vão passar despercebidos nem ficarão impunes", adicionou.

Os dois dirigentes também falaram sobre as importações de combustíveis fósseis da Rússia. A Alemanha depende, em grande medida, do gás russo como fonte de energia. Londres já anunciou que quer pôr fim a todas as compras de petróleo e carvão russos esse ano e, eventualmente, de gás russo. O governo britânico pede aos europeus que façam mais nesse sentido.

"Fazemos tudo o que podemos", assegurou o chanceler alemão. "Estamos bastante otimistas de que nos livraremos em breve da necessidade de importar gás da Rússia e, como já disse o primeiro-ministro, estamos trabalhando duro para isso", acrescentou Scholz. O presidente americano, Jode Biden, também reagiu e criticou com firmeza a explosão em Kramatorsk. "O ataque a uma estação ucraniana é uma nova atrocidade horrível cometida pela Rússia, afetando civis que tentavam sair em segurança", tuitou Biden.

(Com informações da AFP)