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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Exército ucraniano diz se preparar para 'última batalha' em Mariupol

3.abr.2022 - Carro destruído em Mariupol, na Ucrânia, em meio a conflito com a Rússia - Alexander Ermochenko/Reuters
3.abr.2022 - Carro destruído em Mariupol, na Ucrânia, em meio a conflito com a Rússia Imagem: Alexander Ermochenko/Reuters

11/04/2022 08h56

O Exército ucraniano afirmou hoje que se prepara para última batalha no porto de Mariupol, cercado por tropas russas, enquanto europeus continuam esforços diplomáticos e preparam novo pacote de sanções contra a Rússia, sem incluir petróleo e gás.

A mensagem "hoje será provavelmente a última batalha porque nossas munições estão acabando (...) Será a morte para alguns de nós e a catividade para outros", foi publicada no Facebook da 36ª brigada da Marinha nacional, que faz parte das Forças armadas ucranianas.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou em um discurso retransmitido por vídeo a parlamentares da Coreia do Sul que dezenas de milhares de pessoas foram provavelmente assassinadas até agora vítima dos ataques russos contra à cidade do sul da Ucrânia.

"Mariupol foi destruída, tem dezenas de milhares de mortos, mas, apesar disso, os russos não param sua ofensiva", disse o presidente ucraniano. A cidade portuária esta cercada e vem sendo bombardeada desde os primeiros dias da ofensiva militar russa, que começou em 24 de fevereiro.

Donbass como objetivo

As tropas russas se empenham atualmente em conquistar a região do Donbass, no leste da Ucrânia, objetivo prioritário após a retirada das tropas de Kiev e do norte. Analistas acreditam que Vladimir Putin quer obter uma vitória na região antes do desfile militar de 9 de maio, que marca a vitória soviética contra os nazistas, em 1945.

Em comunicado, o presidente ucraniano afirmou que o exército russo se prepara para atacar. Uma ofensiva que, segundo ele, deve durar vários dias e pode ser tão violenta como em Mariupol.

Na zona rural de Barvinkove, no leste do país, soldados ucranianos e membros da Defesa territorial, se preparam para a ofensiva, colocando minas terrestres em estradas e instalando obstáculos contra os tanques.

Mortes e buscas de corpos

Enquanto a população tenta fugir das regiões orientais da Ucrânia para escapar da batalha, ataques aéreos e bombardeios continuam. Domingo (10), ao menos 11 pessoas morreram, entre elas, uma criança de 7 anos, e 14 ficaram feridas em Kharkiv (leste) e arredores, de acordo com o governador regional Oleg Sinegoubov.

Segundo os serviços da procuradora geral, Iryna Venediktova, 183 crianças morreram e mais de 342 ficaram feridas no país desde o começo da invasão russa.

As buscas por corpos continuam na capital da Ucrânia. "Atualmente temos 1.222 mortos somente na região de Kiev", declarou Venediktova ao canal britânico Sky News. Ela não detalhou se os corpos eram de civis, mas falou de 5.600 investigações abertas por possíveis crimes de guerra desde o começo do conflito.

Esforços diplomáticos

O chanceler austríaco, Karl Nehammer, está em Moscou, onde deve se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin. Nehammer será o primeiro dirigente europeu a visitar a Rússia desde o início da Guerra na Ucrânia, uma missão considerada "arriscada" pela comunidade internacional.

O líder austríaco, que esteve na Ucrânia no sábado (9), declarou ter a intenção de fazer o que for possível para que "medidas sejam tomadas em favor da paz". Segundo a chancelaria da Áustria, Nehammer pretende mencionar os crimes de guerra em Bucha.

Em Luxemburgo, ministros de Relações exteriores da União Europeia estudam nesta segunda-feira um sexto pacote de sanções contra Moscou, sem tocar, por enquanto, nas compras de petróleo e gás.

(Com informações de agências)